“Zuckerberg no nosso time”: Bolsonaro comemora mudança de políticas no Meta

data 22 de janeiro de 2025

“É hora de voltar às nossas raízes em torno da liberdade de expressão. Estamos substituindo verificadores de fatos pelo [recurso] notas da comunidade, simplificando nossas políticas e focando em reduzir erros”, afirmou o executivo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou, na última quarta-feira (22), o anúncio feito pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg, sobre a descontinuação do programa de verificação de fatos realizado por terceiros nos Estados Unidos. A decisão foi celebrada por políticos de direita como um avanço na liberdade de expressão nas plataformas digitais.

“Que alegria de ver o Zuck, não é meu amigo, não que eu não conversei com ele, mas que alegria de ver o Zuckerberg vir pro nosso lado, ir pro lado do Elon Musk, entre outros”, declarou Bolsonaro em uma live transmitida para o portal AuriVerde Brasil.

Meta muda diretrizes para “liberdade de expressão”

No início de janeiro, Zuckerberg anunciou novas diretrizes para as plataformas da empresa, como Facebook, Instagram e WhatsApp, com foco em evitar cenários considerados prejudiciais e reduzir erros na moderação de conteúdo.

“É hora de voltar às nossas raízes em torno da liberdade de expressão. Estamos substituindo verificadores de fatos pelo [recurso] notas da comunidade, simplificando nossas políticas e focando em reduzir erros”, afirmou o executivo.

A Meta informou que a mudança no sistema de checagem tem como objetivo evitar a exclusão acidental de publicações e perfis. O anúncio gerou ampla repercussão, especialmente entre políticos de direita, que interpretaram a decisão como um retorno à neutralidade no gerenciamento de conteúdos.

Preocupação do governo brasileiro

No Brasil, as mudanças foram recebidas com preocupação. A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou explicações à Meta sobre os possíveis impactos da decisão no país, destacando que a descontinuação do programa nos Estados Unidos poderia gerar “consequências nefastas” ao ambiente informacional.

A AGU também reforçou que as big techs têm a responsabilidade de manter a integridade das informações disseminadas nas plataformas e adotar medidas para mitigar os danos que conteúdos desinformativos possam causar aos usuários.

Em resposta, a Meta garantiu que, no momento, o programa de verificação de fatos continuará ativo no Brasil e que a mudança anunciada se aplica exclusivamente aos Estados Unidos.

Críticas às contradições da Meta

Além disso, a AGU criticou as recentes ações da companhia, apontando que a decisão de descontinuar o programa nos EUA contraria compromissos assumidos pela empresa em discussões sobre o Marco Civil da Internet no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Em tais manifestações, representantes da empresa asseguraram que as então políticas de governança de conteúdo eram suficientes para a proteção dos direitos fundamentais dos usuários”, afirmou a AGU em nota oficial.

Impactos e debate global

As mudanças promovidas pela Meta reacenderam debates sobre a governança de conteúdos nas redes sociais e os limites entre liberdade de expressão e controle de desinformação. Enquanto alguns comemoram a decisão como um avanço, outros alertam para os riscos de um ambiente informacional menos regulamentado.

O Brasil segue monitorando os desdobramentos da medida, aguardando o impacto que ela poderá trazer no longo prazo para o combate à desinformação e a preservação de direitos fundamentais.

Veja também

Desenvolvido por AUIN Tecnologia

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});