Segunda chance: Suzane von Richthofen está tentando nova carreira dentro de Tribunal

data 11 de setembro de 2024

Um dos destaques da prova foi uma questão que pedia o antônimo da palavra “conciso”, cuja resposta era “prolixo”, enquanto outra tratava de detalhes do artigo 294 do Código Penal, relacionado ao crime de falsificação de petrechos

Suzane Louise Magnani Muniz, anteriormente conhecida como Suzane von Richthofen, condenada a 40 anos de prisão pelo assassinato dos pais em 2002, participou de um concurso público no último domingo com o objetivo de se tornar escrevente no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Aos 41 anos, Suzane, que atualmente cursa Direito, tenta ingressar no serviço público, concorrendo a um cargo cujo salário é de R$ 6.043.

De acordo com o edital do concurso, as atribuições do cargo de escrevente incluem organizar processos administrativos e técnicos, prestar atendimento ao público e elaborar documentos. Suzane, que ainda possui apenas o ensino médio, se inscreveu para trabalhar em Bragança Paulista, onde reside, caso seja aprovada. A inscrição para o cargo, no entanto, levantou preocupações, já que, se aprovada, ela teria acesso a seu próprio processo de execução penal.

O concurso contou com 1.335 candidatos, dos quais apenas 32 serão selecionados para a segunda fase. Com uma proporção de aproximadamente 42 candidatos por vaga, a concorrência é acirrada. Não foi a primeira vez que Suzane tentou uma vaga no setor público: no ano passado, ela se inscreveu para o cargo de telefonista na Câmara Municipal de Avaré, mas não compareceu à prova devido à repercussão negativa.

Mesmo que Suzane seja aprovada em todas as fases do concurso, o Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que ela não poderá tomar posse. No momento da admissão, um atestado de antecedentes criminais será exigido, o que impede a contratação de candidatos condenados por crimes graves, como homicídio. Embora sua pena só expire em 2041, Suzane pode tentar recorrer à Justiça para buscar sua nomeação, caso seja aprovada.

A prova para o cargo de escrevente técnico judiciário incluiu questões de Língua Portuguesa, Direito Penal, Direito Processual Penal e Direito Administrativo, exigindo conhecimentos específicos dos candidatos. A primeira fase ocorreu em Campinas e teve duração de cinco horas. Um dos destaques da prova foi uma questão que pedia o antônimo da palavra “conciso”, cuja resposta era “prolixo”, enquanto outra tratava de detalhes do artigo 294 do Código Penal, relacionado ao crime de falsificação de petrechos.

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