As fortes chuvas que afetam o Rio Grande do Sul desde a semana passada já provocaram 90 mortes e afetaram 388 dos 497 municípios gaúchos.
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Além disso, 155,7 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e 48,1 mil delas estão morando em abrigos, segundo os dados do boletim mais recente da Defesa Civil do Estado, divulgado na manhã desta terça-feira, 7.
O governo do Rio Grande do Sul ainda contabiliza que 1,367 milhão de pessoas foram afetadas pelo evento climático extremo. Há 361 feridos e 132 desaparecidos.
O Lago Guaíba, que bateu o recorde histórico, tinha na manhã de terça-feira, 7, 5,27 metros — quatro metros acima do volume considerado normal.
Na segunda-feira, 6, o Climatempo emitiu um alerta sobre um ciclone extratropical que se forma próximo da costa da Argentina, na altura da província de Buenos Aires.
Este sistema não vai passar sobre o Rio Grande do Sul, mas a presença dele vai favorecer o aumento da intensidade dos ventos pela Região Sul do Brasil.
Além disso, segundo os meteorologistas, ele dá origem a uma nova frente fria que vai reforçar as instabilidades outra vez pelo Rio Grande do Sul, provocando o retorno da chuva no centro-norte do Estado.
Condições de temporais e chuva volumosa são esperadas, em especial, no centro-sul, oeste e noroeste gaúcho.
Embora o ciclone esteja no oceano, os ventos previstos associados a ele, podem atingir valores de 60 a 80 km/h — mesmo que não esteja chovendo. Nas regiões com risco de temporais, os ventos podem atingir valores próximos a 90 km/h, segundo o Climatempo.
No domingo, 5, o governo federal já havia alertado que a frente fria poderia se tornar uma preocupação.
Na quarta-feira, a temperatura deve baixar para até 10 °C em algumas áreas do Estado, segundo o Comando Militar do Sul.
O comando, que participa da operação de auxílio às vítimas, afirmou que a ideia é acelerar os trabalhos até esta terça, 7, já que a frente fria vai piorar as condições de evacuação, além de aumentar o risco de hipotermia em pessoas que estejam aguardando o resgate ao relento ou sob a chuva.
Os meteorologistas do Climatempo afirmam ainda que a situação de nível de água dos rios do Estado permanece delicada devido à enchente dos últimos dias.
E, com o aumento das rajadas, pode haver novamente o transporte de água para muitas regiões do Estado.