Inspirado pela meteorologia, Tom Jobim escreveu uma das músicas mais icônicas da história do país
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Álbum que teve gravação conturbada possui uma das maiores músicas da história do Brasil (Foto: Reprodução)
“Águas de Março” é uma das mais famosas e icônicas músicas brasileiras, com letras profundas e melodias marcantes, a canção já foi traduzida para o inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, japonês, entre outros. Mas afinal, você sabe o que significam as tais “águas de março”?
A canção foi composta por Antônio Carlos Jobim, mais conhecido como Tom Jobim, um dos ícones da Bossa Nova, e interpretada por ele mesmo em dueto com Elis Regina, também considerada uma das maiores cantoras da música popular brasileira.
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Além de seu impacto na música popular brasileira, a canção inspirou artistas de diversas áreas, sendo referenciada em filmes, livros e outras manifestações artísticas, consolidando-se como um marco cultural do Brasil. (Foto: Reprodução)
“Águas de Março” é uma das músicas mais icônicas da MPB, composta por Tom Jobim em 1972, inspirada nas chuvas de março no interior do Rio de Janeiro. (Foto: Reprodução)
A canção foi gravada por diversos artistas renomados, como Elis Regina e Tom Jobim, e também teve versões internacionais. (Foto: Divulgação)
A letra da música apresenta uma profunda reflexão sobre a transitoriedade da vida, utilizando a metáfora das águas de março como símbolo das mudanças e desafios que enfrentamos ao longo do tempo. (Foto: Reprodução)
“Águas de Março” foi reconhecida mundialmente, tornando-se um clássico da música brasileira e sendo inclusa em listas de melhores canções de todos os tempos, como na lista da revista Rolling Stone, por exemplo. (Foto: Reprodução)
Além de seu impacto na música popular brasileira, a canção inspirou artistas de diversas áreas, sendo referenciada em filmes, livros e outras manifestações artísticas, consolidando-se como um marco cultural do Brasil. (Foto: Reprodução)
“Águas de Março” é uma das músicas mais icônicas da MPB, composta por Tom Jobim em 1972, inspirada nas chuvas de março no interior do Rio de Janeiro. (Foto: Reprodução)VoltarAvançar123456
Afinal, o que são as “Águas de março”?
A canção descreve poeticamente a transição do verão para o outono, representada pelas tais “chuvas de março”, abordando temas como a passagem do tempo, a efemeridade da vida e as diferentes experiências humanas.
A letra é rica em metáforas e imagens que despertam sensações e emoções diversas. A música é considerada uma das mais importantes da música popular brasileira e um dos maiores sucessos da parceria entre Tom Jobim e Elis Regina.
Como foi a criação da canção
A inspiração para “Águas de Março” veio de Jobim durante uma viagem para o interior do Brasil, onde ele testemunhou o início da estação chuvosa, conhecida como “março das águas”, que ocorre no final do verão e início do outono. Observando a beleza e a transitoriedade das chuvas de março, Jobim decidiu transformar essa experiência em música.
A letra da música, repleta de metáforas e imagens poéticas, descreve uma série de itens e acontecimentos que representam o ciclo da vida e a passagem do tempo. Desde pequenos detalhes da natureza, como folhas secas e gravetos, até objetos cotidianos, como um anel ou uma cobra, Jobim tece uma narrativa que evoca reflexões sobre a efemeridade da existência humana.
A parceria de Jobim com Elis Regina resultou em uma das versões mais conhecidas e aclamadas de “Águas de Março”. O dueto deu nova vida à música e a solidificou como um dos maiores sucessos da música popular brasileira.
Confira a letra completa da música “Águas de Março”
É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento vetando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terça
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, edra
Im, inho
Esto, oco
Uco, inho
Aco, idro
Ida, ol
Oite, orte
Aço, zol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração