VÍDEO: Presidente de sindicato de motoboys agride vereador na Câmara Municipal

data 30 de maio de 2025

O sindicalista defende que o serviço de transporte por motos permaneça proibido até que haja regulamentação clara

O debate sobre a regulamentação do serviço de mototáxi em São Paulo ganhou contornos dramáticos nesta quinta-feira (29), após um episódio de agressão durante uma audiência pública realizada na Câmara Municipal.

O presidente do Sindicato dos Motoboys de São Paulo (SindimotoSP), conhecido como Gil, agrediu fisicamente o vereador Lucas Pavanato (PL) em plena sessão. O caso ocorreu após uma sequência de trocas de acusações e vaias no plenário, onde mototaxistas protestavam pela liberação do serviço na cidade.

Durante sua fala, Gil foi interrompido por vaias e por manifestantes que se viraram de costas em sinal de repúdio. Eles carregavam faixas exigindo o direito de trabalhar e criticavam o uso político da morte de Larissa Barros, jovem de 22 anos vítima de um acidente com mototáxi no último dia 24.

O sindicalista defende que o serviço de transporte por motos permaneça proibido até que haja regulamentação clara. “As plataformas como 99 e Uber precarizaram o setor desde que chegaram. O problema não são os motoboys, são as empresas”, afirmou.

Pavanato, autor de um projeto que prevê a liberação imediata do serviço, reagiu com ironia. “Parabéns ao prefeito, que escolheu o sindicalista mais rejeitado pela própria categoria”, disse. A resposta enfureceu Gil, que partiu em direção ao vereador e o enforcou no púlpito. A agressão foi contida por parlamentares e assessores. Pavanato sofreu escoriações e teve a camisa rasgada.

Ambos anunciaram que vão prestar queixa na polícia. A presidência da Câmara informou que uma nova audiência pública será realizada no dia 5 de junho.

O tema divide a Casa. A base do prefeito Ricardo Nunes (MDB) defende a manutenção da proibição, citando os altos índices de acidentes fatais envolvendo motos. Já bancadas como a do PT e PSOL, além de movimentos autônomos de motoboys, exigem a regulamentação com garantias trabalhistas e segurança.

Atualmente, há três projetos em discussão: o de Pavanato (PL), que propõe liberação imediata; o de Marcelo Messias (MDB), que vincula a liberação à redução das mortes no trânsito; e o das bancadas de esquerda, que exigem contrapartidas das empresas de aplicativo e fiscalização da prefeitura.

A polêmica ganhou ainda mais força após decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que suspendeu os serviços de mototáxi por aplicativo, como Uber e 99, sob pena de multa diária de R$ 30 mil em caso de descumprimento.

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