Um vídeo publicado no TikTok por duas estudantes de medicina causou indignação nas redes sociais e agora é alvo de ação judicial. Nas imagens, as jovens fazem comentários debochados sobre Vitória, paciente que passou por três transplantes de coração e faleceu no início de fevereiro deste ano no Instituto do Coração (InCor) em São Paulo.
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As estudantes, identificadas como Thais e Gabrielli, participavam de um curso de extensão no hospital quando gravaram o conteúdo. No vídeo, elas afirmam que um dos transplantes de Vitória teria falhado porque a paciente “não tomou os remédios corretamente”. Em tom jocoso, chegam a dizer que a jovem “acha que tem sete vidas”, referindo-se aos múltiplos procedimentos médicos que enfrentou.
A família de Vitória só tomou conhecimento do vídeo na semana passada e registrou um boletim de ocorrência. Giovana Chaves, irmã da paciente, afirma que as acadêmicas espalharam desinformação e promoveram um julgamento precipitado sobre a irmã nas redes sociais. “Queremos que elas se retratem publicamente, pois tocaram numa ferida muito aberta”, disse Giovana em entrevista.
O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público. A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), mencionada inicialmente pela família, emitiu nota esclarecendo que as envolvidas são alunas de outras instituições que participavam de um curso temporário no InCor e não mantêm vínculo atual com a universidade.
A polêmica reacendeu discussões sobre ética médica e o comportamento de estudantes da área da saúde nas redes sociais. Especialistas destacam a importância do sigilo e do respeito aos pacientes, princípios básicos da profissão médica. Enquanto isso, as imagens continuam circulando na internet, gerando críticas aos comentários insensíveis das jovens em um momento de luto para a família.
O processo judicial segue em análise, e as estudantes podem responder por danos morais. O caso serve como alerta sobre os limites entre liberdade de expressão e responsabilidade ética, especialmente para futuros profissionais da saúde.