De volta à cidade natal há poucos meses, Victor Hofman encara essa nova fase como um recomeço. Após passar quase uma década dedicado a carreira gospel viajando por todo o país, ele lança em breve o seu primeiro álbum de estúdio e um DVD repleto de canções sertanejas – algumas de sua autoria. Aos 30 anos de idade, ele não esconde suas raízes e adianta que o repertório segue essa linha. “Cresci tendo como referência José Rico, então é inevitável. Certamente ele é minha maior fonte de inspiração”, diz.
E o álbum promete vir forte. A data de lançamento ainda não está definida, mas as canções foram gravadas em Belo Horizonte/MG pelo mesmo produtor da dupla César Menotti e Fabiano. A mudança na carreira tem um motivo: após anos na estrada ao lado de grandes nomes da cena gospel, ele quis voltar às origens e retomar um contato mais próximo com pessoas que fizeram parte de sua vida dele. “Gosto muito dessa proximidade com o público. Sempre digo que sem pessoas não existe um artista”, frisa. Assim, com humildade e simplicidade, ele dá os primeiros passos novamente rumo ao sucesso.
Filho adotivo de uma família tradicional de Jaraguá do Sul, ele conta que o interesse por música começou cedo. O primeiro violão encontrou no lixo quando tinha entre sete e oito anos. Ele deu um jeito de arrumar o instrumento improvisando com cordas de pescaria e arriscava algumas notas. A paixão era tanta que chegava a dormir abraçado ao violão. Vendo isso, os pais decidiram apostar no talento e substituir a sucata por um novo instrumento de cordas. Zeca da Viola foi seu primeiro professor e hoje Victor domina também a guitarra, bateria e o piano. Todos muito distintos, mas que se completam e ajudam a formar o repertório eclético do cantor.
“Quando pequeno eu ouvia muito Zezé di Camargo e Luciano. Dentro do sertanejo, hoje tenho como inspiração Luan Santana e a dupla Jorge e Matheus, mas ouço muito pop, música latina. A ideia é buscar referências sem copiar”, descreve ele, dizendo-se ainda fã de Shanw Mendes e do porto riquenho Luis Miguel. “Hoje em dia é tudo meio misturado. O sertanejo se funde com o samba, com o funk, entre outros ritmos, e é isso que faz ele estar sempre atualizado e em alta no mercado”, aposta.
A carreira, no entanto, exige disciplina. Se no passado Victor já atuou em diversas funções, como bombeiro e em metalúrgica e serralheria, hoje vive só da música e a rotina exige cuidados que vão além de tocar e cantar diariamente. “As cordas vocais também são um músculo e, como tal, é preciso treina-las”, reitera. No entanto, o melhor momento pra ele é mesmo quando sobe no palco. Lá, afirma se transformar em outra pessoa. Gosta de estar no meio do povo, mas reconhece que precisa melhorar um pouco suas habilidades com relação às redes sociais, já que na atualidade as pessoas exigem lá sua presença constante.
Como projetos futuros, além de divulgar seu novo trabalho, deseja se apresentar em todo o Sul do país para, só então expandir os horizontes para as outras regiões do Brasil. Convites para isso não estão faltando. Por aqui, já se apresentou em uma das casas mais conceituadas de música sertaneja: a Shed, de Balneário Camboriú, e seu nome irá constar na lista de artistas que fará o show da virada em Jaraguá do Sul, programado para ocorrer na Via Verde.
“Para os palcos levo um repertório variado com muito modão. ‘Boate Azul’ é uma que não pode faltar, por exemplo”, diverte-se ele, citando um verdadeiro clássico. Ao todo, oito músicos compõem sua banda, mas ele é versátil e adapta seus shows ao tamanho do ambiente com versões pocket. Se ainda não conhece, siga nas redes sociais o @victorhoffmanoficial .