Vicente Caropreso defende valorização de hospitais de urgência e emergência

data 19 de fevereiro de 2025

Deputado alerta para a sobrecarga do Hospital São José, que teve aumento de 80% nas cirurgias de emergência.

O deputado estadual, Dr. Vicente Caropreso (PSDB) usou ontem a tribuna da Assembleia Legislativa para defender que hospitais referência em urgência e emergência que são  “porta aberta” pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sejam mais valorizados dentro do Programa Estadual de Valorização dos Hospitais.
Ele citou o exemplo do Hospital São José, de Jaraguá do Sul, onde em 2024 89% dos atendimentos foram destinados a pacientes do SUS. “O hospital que recebe uma pessoa politraumatizada que requer atendimento emergencial, precisa ser tratado de forma diferenciada. Não pode ser penalizado por não conseguir realizar um grande volume de cirurgias eletivas, já que os leitos de UTI estão constantemente ocupados. Esses hospitais precisam ser valorizados de forma diferente pelo governo do Estado”, destacou.

Impacto financeiro e demanda crescente
O Hospital São José opera em sistema de “porta aberta”, ou seja, atende toda a demanda que chega, seja de forma espontânea, seja encaminhada pelo Samu ou pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com o Dr. Vicente, o atendimento a pacientes politraumatizados – vítimas de acidentes graves, principalmente de trânsito – acaba ocupando a maioria dos leitos de UTI, o que impede a realização de cirurgias eletivas, que possuem remuneração diferenciada pelo governo do Estado.
Em 2024, o hospital realizou 5.872 cirurgias de emergência e apenas 1.971 cirurgias eletivas. A demanda por procedimentos emergenciais no Hospital São José cresceu 80% entre 2021 e 2024, evidenciando a sobrecarga do serviço e a necessidade de maior valorização por parte do Estado.
“Essa situação tem deteriorado as finanças de muitos hospitais. Eles acabam quase que exclusivamente dedicados à urgência e emergência e, por isso, não conseguem avançar dentro do Programa Estadual de Valorização dos Hospitais. Ficam impactados financeiramente, recebendo apenas os valores da tabela SUS, que está defasada há décadas, e deixam de realizar cirurgias eletivas, que garantiriam uma melhor remuneração”, explicou.
Diante desse cenário, o parlamentar solicitou ao secretário de Estado da saúde que avalie a situação com sensibilidade e busque soluções para garantir a sustentabilidade dessas instituições.

Atraso nos repasses e ampliação de leitos
Dr. Vicente também revelou que o Hospital São José enfrenta dificuldades para receber os repasses do chamado “extra-teto” – valor referente a procedimentos realizados além do contratado. “São vários meses de atraso. O Hospital sempre esteve bom das pernas, mas por causa do repasse do extra teto teve de apelar para o banco”, alertou.
Além disso, o deputado defendeu a ampliação do número de leitos de UTI e leitos gerais na região da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali). Atualmente, a região conta com 331 mil habitantes e apenas 371 leitos SUS. “Para termos uma comparação, a média nacional é de 1,5 leito SUS para cada mil habitantes, enquanto Santa Catarina possui 2 leitos para cada mil. Na Amvali, essa relação é de apenas 1,1 leito por mil habitantes, o que nos coloca abaixo tanto da média nacional quanto da estadual”, concluiu.

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