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Uma nova revelação, feita pelo jornal Folha de S.Paulo, indica que a equipe de segurança de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), formada majoritariamente por policiais federais, recebeu relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a transição de governo. Os documentos continham informações sobre atos que antecederam os ataques de 8 de janeiro de 2023, incluindo a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em 12 de dezembro de 2022.
Os relatórios da Abin revelam detalhes de vigilância sobre manifestantes bolsonaristas e veículos que rondaram o hotel onde Lula estava hospedado. Também constam relatos sobre um homem que tentou acessar o andar de Lula no hotel. O material foi enviado à equipe de segurança do presidente eleito, liderada por Andrei Rodrigues, atual diretor-geral da Polícia Federal (PF).
De acordo com a reportagem, os documentos indicavam riscos à segurança pública e identificavam manifestantes com potencial agressivo. Se as informações tivessem sido devidamente trabalhadas, poderiam ter facilitado o rastreamento de responsáveis pelos atentados de janeiro.
Os relatórios foram produzidos por um grupo de trabalho presidido por Andrei Rodrigues, que, após assumir a PF, relatou, no dia 7 de janeiro de 2023, possíveis atos violentos. No entanto, o conteúdo desse alerta não especificava a origem das informações e, segundo depoimentos, Rodrigues não compartilhou os detalhes com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, apenas fez uma comunicação verbal.
Os documentos da Abin também revelam o nome de pessoas envolvidas em manifestações violentas em Brasília, como o blogueiro bolsonarista Wellington Sousa e o major aposentado Cláudio Santa Cruz, ambos identificados em atos de violência.
Durante a transição de governo, Lula foi hospedado no hotel Brasil 21 Meliá, em Brasília. Entre 5 e 12 de dezembro de 2022, bolsonaristas realizaram protestos e rondas ao redor do hotel, sendo monitorados pela Abin. As investigações também identificaram veículos suspeitos, alguns com vínculos com os manifestantes.
A falta de coordenação e a falha no compartilhamento de informações entre a Abin e outros órgãos de segurança foram destacados pela PF em uma investigação subsequente.