O julgamento, realizado no Tribunal de Justiça de Blumenau, ocorreu diante de um júri popular. O crime, que aconteceu em abril de 2023, deixou marcas profundas na sociedade.
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A juíza Fabíola Duncka Geiser, responsável pelo caso, considerou a culpabilidade do réu elevadíssima, destacando o planejamento meticuloso e a crueldade envolvida.
A pena foi calculada somando-se os quatro homicídios consumados e as cinco tentativas de homicídio, resultando em uma sentença de 220 anos de reclusão em regime inicial fechado. O assassino não terá o direito de recorrer em liberdade.
Sentença devastadora
Durante a leitura da sentença, realizada por volta das 19h, a juíza Geiser ressaltou a premeditação do crime. O réu havia assistido a vídeos de atentados, pesquisado sobre crimes na internet, conversado com um amigo sobre o uso de um machado, e até mesmo consumido anabolizantes para “criar coragem”. Além disso, a juíza apontou o transtorno antissocial do réu e a total ausência de remorso, com o próprio afirmando que repetiria o crime se pudesse.
“Ele escolheu deliberadamente uma escola de educação infantil, um local que deveria ser seguro para as crianças,” declarou a juíza. “O réu afirmou que optou por atacar crianças porque elas correm mais devagar, e bastava um passo para alcançá-las.”
A pena base foi estabelecida em 24 anos de reclusão, com acréscimo de seis anos devido à confissão e às qualificadoras, resultando em 30 anos de prisão para cada uma das vítimas fatais. Para os cinco homicídios tentados, a pena foi reduzida em um terço, sendo fixada em 20 anos para cada crime.
Relembrando o caso
Na manhã de 5 de abril de 2023, um homem de 25 anos invadiu o CEI Cantinho Bom Pastor, localizado na rua Caçadores, bairro Velha, em Blumenau, e atacou crianças e funcionários com um machado. Após o ato brutal, ele se entregou no Batalhão da Polícia Militar.
O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) denunciou o réu por quatro homicídios qualificados e cinco tentativas de homicídio qualificado, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas, e crime contra menores de 14 anos. O julgamento no Tribunal do Júri culminou em uma condenação que, embora não traga de volta as vidas perdidas, representa um passo importante na busca por justiça.