Com a chegada do verão, a exposição ao sol se intensifica, e o protetor solar se torna indispensável. O sol, apesar de ser uma importante fonte de vitamina D, pode causar sérios danos à saúde se não houver os cuidados necessários. A dermatologista Luana Portela, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) no Distrito Federal, tira dúvidas sobre como usar protetor solar corretamente e quais os mitos mais comuns.
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O sol é mais perigoso no verão?
Sim, e o motivo está nos raios ultravioleta B (UVB). De acordo com a Skin Cancer Foundation, essa radiação é mais intensa durante o verão e pode causar queimaduras, vermelhidão e até contribuir para o desenvolvimento de câncer de pele.
É recomendado evitar o sol entre 10h e 16h, especialmente por conta da alta incidência de raios UVB nesse período, alerta a empresa especialista.
Qual é a quantidade certa de protetor solar?
A regra básica para uma proteção eficaz é aplicar a quantidade equivalente a uma colher de chá para cada parte do corpo. Confira a divisão sugerida por Luana Portela:
- Rosto e pescoço: uma colher para ambos;
- Couro cabeludo (em calvos ou pessoas com pouco cabelo): uma colher;
- Tronco: uma colher para a frente e outra para as costas;
- Braços: uma colher para cada braço;
- Pernas e pés: uma colher para cada perna e coxa, além de uma para os pés.
“Mas uma regra prática para proteção diária, por exemplo, é aplicar duas camadas com a boa cobertura. Por exemplo, passa no rosto todo de uma vez e depois replica novamente”, explica a dermatologista.
Escolhendo o protetor ideal
Os protetores solares devem proteger contra os raios UVA e UVB, sendo identificados pelos rótulos PUVA e FPS (Fator de Proteção Solar).
- FPS mínimo recomendado:
- FPS 30 para pessoas sem fatores de risco;
- FPS 50 ou superior para quem tem pele sensível, histórico de câncer de pele ou outras condições dermatológicas.
Veja mitos e verdades
Protetor resistente à agua não precisa ser reaplicado
Mito.
Os produtos terão maior durabilidade, mas devem ser reaplicado quando você sai da água ou em momento de muito suor.
Protetor solar pode causar acne
Depende.
Algumas fórmulas, especialmente as mais oleosas, podem agravar a acne. No entanto, existem produtos específicos para peles acneicas, como os oil-free e não-comedogênicos, que ajudam a prevenir esse problema.
Crianças e bebês podem usar protetor solar de adulto
Mito.
O orientado é que se utilize protetores solares específicos para a faixa-etária, que não tenham substância e a textura presentes nos produtos para adultos. Segundo a especialista, a partir dos 6 meses de vida já é recomendado a utilização.
Protetor solar não é necessário em dias nublados
Mito.
Até 80% dos raios ultravioleta (UV) atravessam as nuvens, mesmo em dias chuvosos ou de baixa luminosidade. Portanto, o uso de protetor solar deve ser diário, independentemente do clima.
Protetor solar é necessário dentro de casa (e na sombra)
Verdade.
Os raios UVA, que causam envelhecimento precoce, refletem nas superfícies e atingem a nossa pele. Se você passa o dia próximo a janelas ou exposto à luz solar indireta, o uso do protetor é recomendado.
Maquiagem com FPS substitui o protetor solar
Mito.
A quantidade de maquiagem aplicada geralmente é insuficiente para garantir a proteção indicada pelo FPS do produto. Use protetor solar antes de aplicar a maquiagem para uma proteção completa.
Protetor químico é seguro.
Verdade.
É preciso consultar quando cada protetor solar é indicado, mas não há alergia associada ao uso de protetores solares químicos, que são ideais, por exemplo, para usar antes da maquiagem, pois não deixa resíduos esbranquiçados. Mas peles mais sensíveis, práticas esportivas e grávidas são mais indicados os protetores físicos.
FPS mais alto protege por mais tempo
Mito.
O Fator de Proteção Solar (FPS) indica a quantidade de radiação UVB bloqueada, mas não o tempo de proteção. Independentemente do FPS, o protetor deve ser reaplicado a cada 2 horas ou após suar, nadar ou secar-se com toalha
É possível usar o mesmo protetor para rosto e corpo
Verdade, mas…
Apesar de existirem protetor próprios para ambos, no caso da face, há protetores que possuem características específicas, como antioxidantes e geralmente mais leves e não-comedogênico, que evitam oleosidade e obstrução dos poros e, consequentemente, o surgimento de acne.
Quem tem pele escura não precisa de protetor solar
Mito.
Embora a pele escura tenha mais melanina, que oferece proteção natural parcial contra os raios UV, ela também está sujeita a danos, como envelhecimento precoce, hiperpigmentação e câncer de pele. A especialista alerta que o câncer de pele afeta todos os tipos de pele.
Protetor solar impede a produção de vitamina D
Mito.
O uso do protetor solar pode reduzir, mas não bloqueia completamente a síntese de vitamina D. Além disso, pequenas exposições em horários seguros (antes das 10h ou após as 16h) são suficientes para manter os níveis adequados.
Apenas protetores solares caros funcionam
Mito.
O preço não determina a eficácia. O importante é que o protetor seja adequado ao seu tipo de pele e tenha um FPS de no mínimo 30.
Fonte: SCC10