Cerca de mil passageiros que estavam em um passeio turístico de trem com destino a Morretes, no Paraná, ficaram presos na Serra do Mar, litoral do estado, por aproximadamente oito horas na quinta-feira (13) devido às consequências do ciclone extratropical que afeta a região sul do país. Os vagões, transportando 943 pessoas, tiveram que interromper o percurso devido à presença de galhos e árvores nos trilhos.
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Pelos relatos nas redes sociais, os turistas no trem afirmaram que estavam parados desde o meio-dia e que não estavam recebendo a assistência necessária por parte da empresa responsável pelo passeio. Uma passageira escreveu em suas redes sociais: “O sonho: a famosa viagem de trem. Realidade: mais de mil passageiros abandonados. Parados no meio do nada desde o meio-dia”.
Ela relatou também a falta de água, comida e informações para os passageiros. “Crianças, idosos, pessoas com necessidades especiais, cidadãos que pagaram por suas passagens. Mas nada disso importa para esta empresa”, referindo-se à Serra Verde Express, a empresa de turismo responsável pelo passeio.
Em comunicado, a empresa afirmou que o trem ficou parado a 15 quilômetros de Morretes e que os passageiros chegaram ao destino final por volta das 21h. Eles haviam partido de Curitiba às 8h30. Na noite de quinta-feira, a Serra Verde Express anunciou o cancelamento do passeio programado para sexta-feira (14).
“Ao longo de 26 anos de operação, esta é a primeira vez que um incidente meteorológico causa uma paralisação tão prolongada nessa rota turística, considerada uma das três melhores do mundo”, afirmou a Serra Verde Express. A empresa também mencionou a mobilização de recursos para atender os passageiros.
“Além de alimentação e orientação, temos uma estrutura rodoviária pronta para transportar os passageiros de volta, e também dispusemos de ambulâncias de prontidão como medida preventiva para qualquer desconforto”, disse a empresa. “Pedimos sinceras desculpas por qualquer inconveniente causado por esse imprevisto e agradecemos a compreensão e paciência de todos”.
Nos comentários da publicação, usuários criticaram a empresa e a acusaram de irresponsabilidade por manter o passeio mesmo com os alertas sobre o perigo do ciclone sendo divulgados. “Em nenhum momento fomos informados sobre o que estava acontecendo, nem quando perguntamos na estação antes do embarque”, escreveu uma mulher.
Na quarta-feira (12), a Defesa Civil do Paraná já havia emitido comunicados alertando sobre a possibilidade de fortes ventos no estado, podendo ultrapassar os 100 km/h no litoral e na região metropolitana de Curitiba.
“A previsão é de rajadas de vento nos dias 12 e 13 de julho, podendo atingir 70 km/h (com picos de 90 km/h). No sul e sudoeste, os ventos serão mais persistentes, podendo chegar a 110 km/h na Região Metropolitana de Curitiba e no litoral. Em todo o estado, há riscos de destelhamentos, quedas de árvores e postes de iluminação elétrica”, informou o órgão na quarta-feira.