No mês passado falamos aqui sobre o transplante capilar, que extrai fios de uma área doadora do próprio paciente para incisões posteriores em áreas de calvície. O que nem todo mundo sabe é que as técnicas empregadas neste tipo de procedimento podem ser aplicadas também na área da barba. Uma ótima notícia para homens que possuem falhas ou cujo pelo é ralo e acaba não dando à barba o formato desejado.
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O procedimento não chega a ser uma novidade. Estima-se que no Brasil a procura por esse tipo de cirurgia tenha crescido na casa dos 40%, mas em todo o mundo, entre os anos de 2014 e 2016, o crescimento foi na ordem de 101%. Os dados são da Sociedade de Restauração Capilar. O especialista, Dr. Eduardo Bornhausen Demarch explica que, apesar de ser um procedimento seguro e de rápida recuperação, quem decide se esse é mesmo o recurso mais indicado é o dermatologista. Dependendo do caso, um acompanhamento com medicamentos já pode fazer com que o paciente tenha a barba dos sonhos.
Quando autorizado, existem duas formas para que o transplante seja feito no paciente. A primeira é chamada strip (faixa). Essa forma consiste na retirada de uma pequena faixa do couro cabeludo para a obtenção dos fios necessários para o implante. A segunda técnica utilizada é conhecida como FUE (que em inglês significa follicular unit extraction ou extração de unidades foliculares). Neste processo, os fios são retirados um por um do couro cabeludo e, após, implantados na área desejada pelo paciente.
O procedimento é minimamente invasivo, não deixa cicatriz e a cirurgia pode durar até seis horas. O médico explica que o transplante é realizado com o auxílio de uma micro lâmina responsável pela incisão e posicionamento do novo fio no local, respeitando a direção de crescimento dos demais fios presentes na área. Assim como no transplante capilar, os fios geralmente são retirados da parte de trás ou das laterais do couro cabeludo para serem devidamente separados e implantados um a um nos espaços com falhas na barba. É possível realizar o transplante em todas as áreas do rosto, seja na barba, cavanhaque, costeletas ou bigodes. Interessante destacar ainda que em um procedimento existe a possibilidade de transplantar aproximadamente 10 mil fios, quantidade extremamente significativa e que pode preencher o rosto de um homem sem barba.
A recuperação é relativamente tranquila e raramente envolve um repouso mais rigoroso, devendo o paciente evitar a prática de exercícios físicos de grande impacto e fazer força em excesso, além de não se expor ao sol nos primeiros 30 dias após a cirurgia. Caso isso não seja possível, o uso de protetor solar é fundamental. “Outro ponto que merece cuidado especial refere-se às coceiras que podem ocorrer na região transplantada. Ainda que o ímpeto seja forte, a área não deve ser coçada em hipótese alguma e uma maneira de amenizar o problema é com cremes hidratantes para o rosto ou até mesmo produtos específicos para a barba”, sugere.
Nesses casos, porém, é necessário indicação médica dos produtos para evitar contratempos. Com o processo de crescimento dos fios normalizado, o paciente pode fazer a barba normalmente, seja cortando ou até mesmo raspando com lâminas, visto que, uma vez transplantados, os fios da barba passam a ser naturais e permanentes.
Quanto ao público alvo, corresponde a uma faixa etária bastante extensa que vai dos 23 aos 60 anos de idade, ficando o procedimento contraindicado somente para aqueles que tenham o cabelo totalmente crespo e histórico de queloide ou má cicatrização. Em casos de homens que já tenham tido problemas pontuais de cicatrização, o cirurgião realiza um teste de implante abaixo do queixo. Também não é possível submeter à cirurgia pessoas com algum processo infeccioso ativo, como acne.