Nos últimos anos, o cenário econômico brasileiro tem apresentado desafios significativos para empresas de todos os portes. Com a elevação da taxa Selic, que influencia diretamente o custo do crédito, muitas companhias têm enfrentado dificuldades para honrar seus compromissos financeiros. Diante desse cenário, a renegociação de dívidas se tornou uma medida essencial para garantir a sustentabilidade dos negócios e evitar impactos ainda mais severos. No entanto, esse processo exige planejamento e segurança jurídica para ser bem-sucedido.
O impacto da alta da Selic nas empresas
A taxa Selic, principal ferramenta do Banco Central para o controle da inflação, tem oscilado em patamares elevados, encarecendo o crédito e reduzindo o acesso a financiamentos. Empresas que contraíram dívidas em períodos de juros mais baixos agora enfrentam encargos financeiros maiores, o que compromete o fluxo de caixa e a capacidade de investimento. Para evitar a inadimplência e preservar a saúde financeira, muitas companhias estão buscando renegociar seus passivos junto a instituições financeiras e credores.
Como funciona a renegociação de dívidas?
A renegociação de dívidas pode envolver diversas estratégias, como a revisão de prazos, a redução de taxas de juros, a troca de garantias ou até mesmo a conversão de débitos em novos contratos mais vantajosos. Esse processo, no entanto, exige um planejamento cuidadoso e uma análise detalhada da capacidade financeira da empresa, bem como uma negociação estratégica com os credores.
Um exemplo recente desse movimento foi a Azul Linhas Aéreas, que concluiu um amplo processo de reestruturação financeira, reduzindo sua dívida em cerca de 1,6 bilhão de dólares e captando novos recursos para garantir sua estabilidade. Esse caso demonstra que a renegociação pode ser uma ferramenta eficaz para empresas que enfrentam desafios financeiros, desde que conduzida de forma estratégica.
A importância da assessoria jurídica
A renegociação de dívidas não é apenas um processo financeiro, mas também jurídico. Um erro na formalização dos acordos pode comprometer os benefícios da renegociação e expor a empresa a riscos futuros. Dessa forma, contar com uma assessoria jurídica especializada é essencial para garantir que os novos contratos respeitem as normas legais, protejam os interesses da empresa e evitem litígios.
Além disso, em alguns casos, pode ser necessário recorrer a mecanismos como a recuperação extrajudicial ou judicial, que permitem a reestruturação das dívidas com maior segurança. A atuação de advogados especializados possibilita a escolha das melhores alternativas e a condução das negociações de maneira eficiente.
Em um cenário de juros elevados e crédito restrito, a renegociação de dívidas se tornou uma necessidade para muitas empresas. No entanto, para que essa estratégia seja bem-sucedida, é fundamental contar com um planejamento adequado e uma assessoria jurídica qualificada. Dessa forma, as empresas podem garantir a continuidade de suas operações, preservar sua estabilidade financeira e atravessar períodos de incerteza econômica com mais segurança.
Advogada Juliana Clarissa Karing Costa, OAB/SC 28.662, graduada pela Universidade Regional de Blumenau-FURB, com especializações em Direito Tributário, Direito Previdenciário e Direito Público, sócia proprietária da Karing Advogados Associados.
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