O organograma que mostra o quadro administrativo do Porto de São Francisco do Sul sofreu uma alteração significativa nos últimos meses. Enquanto em 2018, antes da nomeação de Diego Machado Enke para o cargo de diretor-presidente, o quadro era formado por três diretorias e cinco gerências, esse número se multiplicou.
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Atualmente, o quadro administrativo até manteve as três diretorias, mas viu o número de gerências saltar para 13. Foram criados, ainda, novos cargos, como quatro subgerências e sete assessorias.
Além do inchaço da máquina pública, as nomeações para esses cargos, todos comissionados, estão na mira de diversas denúncias.
Entre elas, está a de um ex-funcionário do Porto, que não quis se identificar, mas que já encaminhou as informações ao Ministério Público de Santa Catarina. De acordo com ele, há interferência política na indicação de pessoas para ocupar os cargos que foram criados recentemente.
“As pessoas são todas de fora, a maioria de Jaraguá do Sul, tem cargo de Florianópolis, de Tubarão, cidade do Lucas Esmeraldino, que também foi candidato a senador.
Não são cargos técnicos, pois eles não possuem, no mínimo formação na área. Esses casos são totalmente políticos. São os famosos cabides de emprego”, diz o denunciante. Entre as indicações está a de Aline Fernanda Hasse, atualmente assessora de comunicação do Porto de São Francisco do Sul.
Com um salário três vezes maior do que o piso salarial da categoria de jornalista, Aline, que não tem formação acadêmica, foi uma indicação política do deputado federal Fabio Schiochet. Em 2018, o então candidato foi publicamente apoiado por Aline na campanha eleitoral.
A indicação foi confirmada pelo próprio deputado. De acordo com Schiochet, o pedido para lotação dela no Porto foi feita por ele ao então secretário da Casa Civil, Douglas Borba.
Antes disso, porém, Aline chegou a ser funcionária do gabinete do deputado, onde recebia um salário de R$ 3,9 mil. Exonerada em novembro de 2019 do gabinete, o nome de Aline já apareceu no quadro de funcionários comissionados do Porto de São Francisco do Sul no mês seguinte, com salário de pouco mais de R$ 6,7 mil.
ATUALIZAÇÃO
Em nota divulgada no início da noite desta sexta-feira, a SCPar informou a saída de diretores do porto de São Francisco do Sul. O diretor-presidente Diego Enke, o diretor administrativo Adilson Sperfeld e diretor de operações, Sergio Villareal, solicitaram a exoneração, conforme o órgão ligado ao governo do Estado. O pedido de demissão foi feito na tarde desta sexta, conforme a SCPar.
Por Adrieli Evarini e Maikon Costa, da NDTV
