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Proerd é importante ferramenta de prevenção

data 14 de julho de 2023

Aplicado há mais de 20 anos em Jaraguá do Sul, programa de resistência às drogas e à violência aproxima crianças do trabalho da Polícia Militar e ajuda a construir cidadãos mais conscientes do seu papel na sociedade

Muito mais do que um programa educacional de resistência às drogas e à violência, o Proerd já passou para mais de 80 mil crianças valores e ensinamentos importantes, como a melhor forma de enfrentar situações desafiadoras, estratégias de resistência à pressão dos colegas na tomada de decisões e a lidar com o bullying, ainda muito presente nas escolas. Isso para ficar apenas em alguns exemplos. Em Jaraguá do Sul, o programa é aplicado desde 1999 em toda a rede de ensino – incluindo instituições municipais, estaduais e a rede particular.

O 2º Sargento da Polícia Militar, Luiz Carlos Massaneiro atua no programa desde o segundo ano de sua implentação e conta que os resultados são inquestionáveis. O foco, sem dúvidas, é o enfrentamento às drogas, mas o tema é tratado com cautela, afinal estamos falando de um público na faixa etária dos nove aos 12 anos de idade. “Fazemos a abordagem sem usar termos pejorativos relacionados ao assunto. Além disso, o senso comum desconsidera que álcool e cigarro sejam drogas, por serem lícitas, e precisamos mostrar aos pequenos todos os efeitos que o abuso dessas substâncias pode causar”, explica o sargento, que destaca também as questões sociais e emocionais advindas do consumo de tais produtos.

Ao todo, o programa engloba 10 encontros com intervalos de uma semana. A duração de cada um é de 1h15 e os policiais utilizam uma abordagem lúdica e interativa para despertar as crianças. “A pedagogia moderna nos proporciona isso. Tudo é feito de modo que elas participem bastante com perguntas e curiosidades, e esse método tem dado muitos resultados”, conta. O 2º Sargento, Júlio Cesar Barboza, que também aplica o programa nas escolas, afirma que houve casos em que os filhos conseguiram convencer os pais a largar o cigarro após as aulas do Proerd. “A importância da família nesse processo é fundamental e há atividades específicas para serem realizadas em casa. E as crianças realmente contam tudo e levam as informações para dentro do lar”, comemora.

Neste ano, 3.500 alunos estão passando pela formação, totalizando 176 turmas – 103 somente no município de Jaraguá do Sul. Com somente três policiais envolvidos no projeto e atendendo a todas as cidades da micro região, a logística é complexa, mas eles não abrem mão do trabalho e falam da importância desta modalidade de policiamento. “Nosso trabalho é diferente daquele exercido pelos policiais nas ruas, mas atuamos na prevenção primária, que é educar para que situações futuras não venham a ocorrer”, salienta Luiz Carlos. Ele embasa seu pensamento em estudo que afirma que até os sete anos de idade a personalidade de uma criança é formada e até os 12 é possível lapidá-la. Por isso a escolha desse público para trabalhar o Proerd. “Depois não são palavras que irão mudar seus pensamentos, por isso a importância de trabalhar essa fase”, destaca. A equipe da Polícia Militar responsável pela aplicação do Proerd é composta ainda pelo 3º Sargento, Rodrigo da Silva Neves.

Toda a história do Proerd fez dele um programa de Estado, o que garante a continuidade dos recursos mesmo que haja troca no comando do governo. Como esse dinheiro é gerido fica a cargo da Polícia Militar. O projeto também já foi tema de tese de mestrado que comprovou sua aceitabilidade, com um índice de 96% entre as escolas e 99% entre os familiares dos estudantes atingidos. “Além de alertar para os riscos das drogas, valorizamos muito a autoestima das crianças e a importância de ambientes saudáveis, seja na escola ou na família. Se você faz boas escolhas e vive em equilíbrio, não existe razão para o consumo dessas substâncias”, reforça Luiz.

SOBRE O PROERD
O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) é originário do programa norte-americano Drug Abuse Resistance Education (D.A.R.E.), criado em 1983 por uma professora americana no subúrbio de Los Angeles com o intuito de quebrar o ciclo de abuso de drogas, cada vez mais relacionado com condutas criminosas e prisões. No Brasil, o programa iniciou em 1992 na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que buscava estratégias alternativas ao policiamento tradicional. Já em Santa Catarina, Lages foi o primeiro município a receber o programa, em 1998.

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