Na parcial de novembro até o dia 11, o indicador Cepea/B3 do boi gordo acumula alta de 5,02%, em R$ 334,60 por arroba. Em outubro, a valorização foi de 16,13%, saindo de R$ 276 para R$ 318.
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Segundo Hyberville Neto, da HN Agro, há uma continuidade do cenário de oferta reduzida e exportações aceleradas. Nos primeiros 6 dias úteis, a média diária de embarques foi 30,4% (12.250 mil toneladas) ao mesmo período do ano passado em volume e 36,9% em receita média diária (dólares).
“Além da oferta reduzida, temos uma demanda entrando na 2ª quinzena de novembro, com um mês que costuma ter nos últimos 15 dias uma demanda menos fraca, ‘contaminada’ pelo 13º salário. Para a reta final do ano, vamos ter uma aceleração do consumo doméstico, já que o melhor período do ano”, explica.
“Há muitos motivos para ver os preços do boi caírem, podemos ver uma queda nos preços, talvez passado a 1ª quinzena de dezembro. Ainda assim, não há uma mudança de tendência de preços”.
Neto destaca que a demanda forte em 2024, tanto no mercado interno e externo, tenha sido o vetor para às altas de preços. No entanto, esses preços mais altos já se “misturam”, segundo ele, com a diminuição de fêmeas nos abates. Em novembro, o indicador do bezerro Esalq/BM&FBovespa (base MS) subiu 4,51% até ontem (11), em R$ 2517,72, e 12,97% em outubro.
“Já observamos uma redução de fêmeas em outubro, na comparação com o ano passado, ainda que sutil, mas se isso se intensificar, influenciada pela alta do bezerro, a tendência é que a gente tenha o início de redução de oferta nas comparações atuais, já indicando uma estrutura de oferta enxuta, que observamos no ciclo de alta do boi”.
De acordo com Fernando Iglesias, analista de proteína animal na Safras & Mercado, o preço do boi deve subir ainda mais, o que deve fazer com que o valor das carnes suba neste fim de ano, em meio às escalas curtas e exportações aquecidas.
“O grande problema é que o consumidor final vai acabar pagando mais caro no churrasco neste final de ano. Não há como fugir disso. Vejo um mercado ainda muito altista, com um ambiente das escalas muito apertado, que deve ditar o tom do mercado”, analisa.
Em outubro, o preço das carnes avançou 5,81%, segundo os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo esse o maior impacto da inflação de alimentos no mês passado, que subiu 1,06%.
As carnes registram altas pelo terceiro mês consecutivos, após seis meses de queda. Em 12 meses, o grupo já acumula uma inflação de 8,33%. Entre as principais altas, estão: acém (9,09%), costela (7,40%), peito (7,20%). Já para cortes mais tradicionais do churrasco, ocorreram aumentos para contrafilé (6,07%), alcatra (5,79%), filé-mignon (5,12%), cupim (3,8%) e picanha (3,73%).
Vela destacar que nenhuma das carnes registrou queda no período, sendo que as que subiram menos foram a carne de carneiro (1,96%) e a de porco (1,64%).
FONTE: https://www.jornaldoagroonline.com.br/noticias/5020/preco-do-boi-vai-subir-e-o-consumidor-pagara-mais-caro-pelo-churrasco-neste-fim-de-ano-diz-analista