Por que grandes investidores devem se preocupar mais com a diversificação do que com a rentabilidade?

data 22 de maio de 2024
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Crédito: Christopher Polk//Getty Images

Foco hoje é proteger e fazer crescer o dinheiro, ao mesmo tempo em que se procura reduzir os riscos e evitar a concentração excessiva

De Taylor Swift a Michael Jordan, 14 celebridades que passaram a fazer parte da lista de bilionários da Forbes de 2024 transformaram sucesso e fama em verdadeiros impérios financeiros por meio de suas estratégias empresariais. A inclusão desses talentos na lista de bilionários globais não apenas reflete o poder econômico dos setores de entretenimento e esportes, mas também evidencia uma mudança no panorama dos bilionários mundiais. O que se destaca é a notável diversificação dos investimentos dessas personalidades. Com inteligência e visão de futuro, eles expandiram seus interesses para uma variedade de áreas, incluindo beleza, moda, bebidas alcoólicas e tecnologia, provando que a construção de um patrimônio de valor exige ir além das competências originais da sua construção de riqueza.
Investidores milionários e bilionários enfrentam continuamente um desafio na gestão de seus investimentos e patrimônio. A necessidade de proteger e fazer crescer o dinheiro, ao mesmo tempo em que se procura reduzir os riscos e se evitar a concentração excessiva, torna a diversificação dos investimentos uma estratégia fundamental. As melhores estratégias de diversificação para os mais ricos costumam incluir a variação de ativos, estratégias e setores econômicos; o investimento em imóveis por meio de diferentes tipos de ativos; a diversificação internacional; o uso de estratégias de hedge; a busca por investimentos mais arrojados, como private equity, hedge funds e venture capital; a exploração de mais opções na renda fixa; e a alocação de capital em fundos de investimento. 
A diversificação, é claro, não se limita apenas a uma distribuição aleatória de recursos, mas sim a uma estratégia deliberada e coerente. Obviamente, cada investidor poderá dar uma resposta diferente com base em interesses específicos. Mas acima disso, para investidores qualificados, é viável equilibrar a exposição a diferentes tipos de ativos e classes de investimentos, reduzindo-se, assim, a vulnerabilidade a possíveis perdas em setores ou mercados específicos. Por isso, é essencial que essa diversificação seja realizada de maneira inteligente, levando em consideração não apenas as necessidades e metas do investidor, mas também as condições de mercado, a análise de risco, o histórico de desempenho dos ativos e as perspectivas econômicas e políticas.
Portanto, é comum que investidores de alto nível muitas vezes sejam aconselhados a se preocupar mais com a diversificação do que apenas com a rentabilidade, porque a diversificação ajuda a mitigar os riscos associados a investimentos individuais. Grandes investidores frequentemente têm uma quantidade substancial de capital investido. Isso porque a diversificação reduz a exposição a riscos específicos de setores, empresas ou classes de ativos, tornando o portfólio menos suscetível a eventos adversos em uma única área. Inclusive, uma abordagem eficaz para perceber como funcionam essas estratégias é estudar como os atuais milionários e bilionários diversificam seus patrimônios atualmente, tanto no Brasil quanto no mundo. 

Crédito: @cincoro/Instagram

Uma pesquisa recente do Valor Investe/Anbima revelou que os investidores brasileiros mais ricos, em média, alocam 19% de seus recursos em ações e 36% em fundos multimercados. A pesquisa, realizada em 2019, ofereceu insights valiosos, como a observação de que os milionários investiam mais de dois terços (66%) de seus ativos em aplicações mais sofisticadas, como as Small Caps, por exemplo. No que diz respeito à renda fixa, os investidores de alta renda demonstravam preferência por produtos como LCIs e LCAs (13%) para rebalancear suas carteiras, em vez de títulos do tesouro direto. Os produtos mais mencionados incluíam fundos de curto prazo, títulos públicos e fundos multimercados. É evidente que as estratégias se ajustam de acordo com a taxa Selic, o cenário de risco de mercado e a atratividade dos diferentes produtos.
Outra pesquisa, conduzida pelo BNP Paribas Wealth Management em 2019, em um cenário de juros mais baixos, analisou o patrimônio de mais de mil clientes em 19 países e examinou os padrões de investimento em todo o mundo. Ao considerar dados da América do Norte, Europa e Ásia, a alocação de investimentos dos clientes de alta renda da geração ‘Baby boomers’, com idade atual acima de 60 anos, era distribuída, em média, entre ações (21%), negócios próprios (21%), renda fixa (13%), caixa (14%), private equity (7%), imóveis (14%), Hedge Funds (3%), investimentos sustentáveis (4%), doações e filantropia (2%) e investimento anjo (1%). Por outro lado, entre os perfis considerados Millennials, com idades entre 18 e 35 anos, a distribuição apontava para ações (19%), negócios próprios (18%), renda fixa (17%), caixa (14%), private equity (10%), imóveis (9%), Hedge Funds (4%), investimentos sustentáveis (4%), doações e filantropia (2%) e investimento anjo (2%).
Embora em alguns pontos os investimentos se mostrem ligeiramente diferentes, de modo geral é possível perceber por esses números que a diversificação é um cenário básico na busca por uma trajetória mais estável nos retornos ao longo do tempo. Embora a rentabilidade seja a intenção prioritária, a estabilidade e a previsibilidade oferecidas pela diversificação garantem uma gestão mais sustentável da riqueza. Como são amplamente reconhecidos, os mercados financeiros são voláteis e estão sujeitos a mudanças. A diversificação capacita os investidores para estarem mais preparados para enfrentar diversos cenários econômicos e mudanças nas condições de mercado. Em resumo, a diversificação é uma estratégia para se proteger e aumentar o capital.
Por isso, especialmente no caso de grandes investidores, tomar decisões com a orientação de um advisor ou assessor de investimentos é fundamental. Ao lidar com quantias substanciais, é sempre prudente buscar a assessoria adequada para uma alocação inteligente do patrimônio. Só o advisor é capaz de oferecer informações valiosas sobre investimentos em diversas classes de ativos, com estratégias de diversificação e oportunidades que o investidor poderia não ter conhecimento de outra forma. Além disso, ele favorece a manutenção da disciplina e a prevenção de decisões precipitadas em períodos de incerteza ou volatilidade do mercado. Como este profissional, fico à disposição para estar ao seu lado para ajudar a elaborar um plano de investimentos personalizado, adaptado às suas necessidades, objetivos e perfil de risco, e para garantir que sua carteira evolua com sustentabilidade, de acordo com as mudanças do mercado.

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