Política da Funai prejudica indígenas e comunidade, alerta Antídio Lunelli

data 12 de março de 2025

Deputado defende que governo federal melhore infraestrutura nas aldeias já existentes e sugere que Manso permaneça com status de reserva ambiental.

Ontem, o deputado Antídio Lunelli (MDB) fez um pronunciamento contundente na Assembleia Legislativa criticando a política indigenista brasileira e a possível instalação de uma aldeia indígena na área do Manso, no bairro Santa Luzia, em Jaraguá do Sul. Para o parlamentar, as ações da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) estão ultrapassadas e criam mais problemas do que soluções para os próprios indígenas e para as comunidades locais.
“A política da Funai está errada. Ao invés de criar novas reservas, o governo federal deveria investir em infraestrutura e condições dignas nas comunidades já existentes. O problema dos indígenas não é falta de terra, mas sim a ausência de estrutura básica, educação e oportunidades para um futuro melhor”, declarou Lunelli.
O deputado, que aguarda a confirmação de uma reunião com os técnicos da Funai, ressaltou que atualmente mais de 14% do território nacional é destinado a populações indígenas, que representam menos de 0,5% da população brasileira. Para ele, esse modelo de demarcação não resolve os problemas enfrentados pelos povos indígenas e ainda gera impactos negativos nas comunidades locais e no setor produtivo.

Manso deve permanecer como reserva ambiental
No caso específico de Jaraguá do Sul, Lunelli defendeu que a área do Manso, adquirida pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), deveria continuar sendo uma reserva ambiental.
“Temos que discutir essa alternativa. Manter essa área como reserva ambiental garante a preservação do ecossistema local e evita impactos negativos para a população e para os indígenas. A Funai deveria trabalhar para integrar os indígenas à sociedade, oferecendo educação, saúde e oportunidades de trabalho ao invés de isolá-los em condições precárias”, afirmou o parlamentar.
Lunelli também destacou que a falta de transparência no processo gera preocupação entre os moradores e investidores da região, principalmente nos setores do turismo e do agronegócio. “A preocupação não é por preconceito, mas pela falta de clareza e pelo histórico das políticas da Funai, que muitas vezes condenam os indígenas a uma realidade de miséria e abandono”, frisou.

Crítica ao uso político da questão indígena
No discurso, o deputado também criticou o que chamou de “instrumentalização da miséria indígena” por parte de grupos ideológicos e organizações que lucram com a perpetuação da pobreza e da dependência do Estado.
“A política atual empurra os indígenas para reservas sem estrutura, onde são explorados por ONGs e interesses escusos. E enquanto isso, nas ruas, vemos crianças indígenas pedindo dinheiro nos semáforos. Isso é dignidade? Isso é valorizar a cultura? Não podemos aceitar que essa situação se repita em nossa cidade”, argumentou.
“Não podemos continuar reféns de uma política falida que atrasa o Brasil e usa o coitadismo como argumento. Queremos respeito para todos, para os indígenas e para os moradores de Jaraguá do Sul. Chega de decisões arbitrárias que ignoram a realidade local”, concluiu o deputado.

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