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Pescador fisga maior peixe tucunaré vazzoleri do Brasil e bate recorde em Roraima
Esta história de pescador aconteceu e João Paulo pode provar! Um peixe tucunaré, da espécie Cichla vazzoleri, descoberta em 2006, de 63 centímetros fisgado no município de Caroebe, região sul de Roraima, entrou para a lista da ‘Brazilian Game Fish Association’ (BGFA) como o maior registrado no Brasil. O recorde foi batido pelo pescador João Paulo Araújo, de 30 anos, que descreve o feito como uma conquista: “o nosso estado tem um potencial enorme, e os pescadores daqui também”.
🎣 A BGFA é uma entidade que faz o registro de recordes de peixes e, de acordo com a associação, as espécies de tucunaré são as mais desejadas pelos pescadores esportivos nacionais e internacionais. O tucunaré foi fisgado por João Paulo no dia 14 de fevereiro no rio Jatapu, e solto em seguida. O tamanho médio de um peixe desta espécie é 21 centímetros (Veja no vídeo acima).
Roraimense quebra recorde brasileiro com captura de espécie de tucunaré no rio Jatapu — Foto: Arquivo Pessoal/João Paulo Araújo
João Paulo pratica pesca esportiva há pouco mais de 10 anos. De acordo com ele, no momento em que tirou o tucunaré da água, sabia que se tratava de um “peixão”. Anteriormente, o recorde era de um tucunaré com 60 centímetros.
🚣♀️ Além do recorde batido com o animal, ele também bateu o de maior tucunaré pescado com um caiaque. Os recordes com peixes de Roraima eram sempre batidos por pessoas de outros estado, segundo o pescador, e para ele, que é de Roraima, é uma honra trazer esse título para o estado.
“Como roraimense, eu me sinto orgulhoso por ter alcançado este feito e por poder mostrar ao Brasil que os pescadores de Roraima também possuem grande potencial. Nosso estado tem um enorme potencial na pesca esportiva, e pretendemos utilizar isso para representar nosso país inteiro nesse setor”, disse.
🐠 Fisgando o ‘peixão’
Tucunaré de 60 centimetros foi registrado pela BGFA Recordes — Foto: Arquivo Pessoal/João Paulo Araújo
João pescou o tucunaré a bordo de um caiaque e com equipamento especial para pesca de grandes espécies. Na visão dele, os rios de Roraima são ricos em espécies de peixes para pesca esportiva e, por isso, explorar as águas do estado já faz parte da rotina do pescador.
No dia em que fisgou o tucunaré recordista “o rio não estava pra peixe”. Ele havia passado a manhã no rio Jatapú, mas não conseguia pegar nada. Foi no período da tarde que a surpresa aconteceu.
“Minha sorte parecia não estar ao meu lado, pois pela manhã não havia conseguido pegar nada. Por volta das 12h54, decidi mudar de isca, optando por uma mais adequada para a profundidade, pois no verão a água tende a esquentar, levando os maiores peixes a ficarem nas camadas mais profundas, onde a água é mais fresca”.
Quando o tucunaré fisgou, começou a “briga” — como é chamado o ato de tirar o peixe da água na pesca esportiva —.
“Foi aí que eu finalmente tive uma ação. A briga que esse peixe proporcionou era desproporcional ao que eu estava acostumado a enfrentar naquela região, dava para ver que era algo fora do comum e que merecia toda minha atenção”.
A captura e soltura do peixe foram realizadas pelo pescador esportivo João Paulo Araújo de Souza no dia 14 de fevereiro — Foto: Arquivo Pessoal/João Paulo Araújo
Quando conseguiu colocar o peixe no caiaque, imediatamente ele mediu com uma régua especial para saber se realmente era um peixe recordista. De acordo com João, ele já anda preparado para registrar algum recorde caso aconteça, pois ele acompanha o BGFA e sabe das normas.
“Assim que capturei o peixe, seguimos os procedimentos habituais e entrei em contato com eles imediatamente. No ranking anterior, tinha um peixe de 58 centímetros na categoria de caiaque, e outro de 60 centímetros na categoria embarcada, ambos já homologados como recordes estaduais e brasileiros”.
“No entanto, ambos foram capturados por pessoas de fora da região, visitantes… Nunca tinham sido superados por pescadores locais. Esse peixe quebrou o recorde em três categorias: recorde estadual, nacional e na modalidade caiaque”.
Tucunaré foi solto em seguida no rio Jatapú, Sul de Roraima — Foto: Arquivo Pessoal/João Paulo Araújo
Para ele, o que ficou foi a emoção de ter batido o recorde e a felicidade de saber que existe muito a se descobrir nas águas roraimenses e na Amazônia.
“Ah, o sentimento, eu me emocionei na hora que eu vi que ele era um peixe desproporcional, na hora da medição do peixe. Mas eu me emocionei bastante porque eu amo pescar e eu amo essa espécie aí”.
Tucunaré (Cichla vazzoleri)
O tucunaré-vazzoleri em tamanho normal — Foto: Carlos Alberto Coutinho/TG/Arquivo
Uma das 15 espécies de Tucunaré existentes no Brasil, o tucunaré vazzoleri, cujo nome científico é Cichla vazzoleri, é um peixe nativo dos rios Trombetas (mais especificamente na vazante da Cachoeira da Porteira), no Pará, e Uatumã, no Amazonas, do qual o Jatapu é afluente. A espécie foi introduzida na represa de Balbina, também no Amazonas.
Descoberto em 2006, o tucunaré vazzoleri pode ser encontrado em lagos e águas paradas, assim como em corredeiras, onde desenvolve musculatura.
Das 15 espécies de tucunarés que existem no Brasil, 14 estão na Amazônia. A riqueza dos rios da região e a diversidade natural das espécies são um convite à contemplação e à aventura. O peixe, exclusivo da região amazônica, é uma mistura dos tucunarés-açu com o pacas.