Uma quadrilha liderada por mulheres foi presa em uma operação da Polícia Federal, que identificou golpes em aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ao todo, a PF cumpriu 18 mandados de prisão preventiva nos Estados de São Paulo e Bahia.
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Quadrilha aplicava golpes em aposentados
A investigação iniciou há dois anos, após a Polícia Federal desconfiar da quantidade de contas bancárias abertas no nome de um mesmo cliente. As informações são do programa Domingo Espetacular, da Record TV.
Segundo a PF, a quadrilha era liderada por quatro mulheres: Vanessa Demétrio de Sá, Andrea Demétrio de Sá, Talita Miranda e Rita de Cássia Bessa.
Como funcionava o esquema
As investigações mostraram que a quadrilha enviava links falsos por email ou mensagem de texto para coletar dados pessoais das vítimas. Por telefone, eles entravam em contato se passando por agentes do INSS ou de agências bancárias. Após conseguirem as informações, o esquema produzia documentos pessoais falsos para facilitar a abertura de contas.
“Percebi que tinha um empréstimo de R$ 100 mil na minha conta e que minha aposentadoria tinha sido transferida sem eu ter autorizado nada. Quando imprimiram minha documentação vi que não era o meu RG. Era meu nome, meu RG, mas com foto de outra pessoa completamente diferente e uma assinatura que não tinha nada a ver com a minha”, explica a professora aposentada Valéria de Carvalho.
A Polícia Federal detalha que os criminosos usavam ainda endereços fantasmas para conseguirem receber os cartões enviados após a abertura das contas. Ao todo, foram dois anos de investigação antes de identificar os suspeitos.
“Eles colocavam, por exemplo, uma casa que estava para alugar, ficavam esperando chegar a data, recebiam o cartão nessa casa, ligavam para desbloquear, já que tinham todas as qualificações da vítima, e faziam um rombo no cartão de crédito”, conta o delegado da PF, Marco Aurélio Morini.
Após conseguirem acesso à conta, os envolvidos trocavam as senhas cadastradas e solicitavam empréstimos. O dinheiro disponível era sacado ou transferido para contas de ‘laranjas’.
Pelo menos dez contas bancárias foram abertas em nomes de diferentes vítimas, mas com a mesma foto – a de uma mulher, identificada como Zilda Barreto Correa, mãe de uma das integrantes da quadrilha.
Conforme apurou a PF, os criminosos chegaram a movimentar R$ 11,4 milhões utilizando crédito consignado, antecipação de crédito FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e crédito CDC, no período de 11 meses. A estimativa da polícia é de que o prejuízo causado aos cofres públicos chegue a R$ 50 milhões.
Uma das mulheres envolvidas no esquema de golpes em aposentados afirmava ser empresária e responsável por uma adega. Com uma vida de luxo, a polícia descobriu que ela comprava passagens aéreas e pacotes de viagens que, somados, custaram cerca de R$ 63,1 mil.
As defesas de Vanessa Demétrio de Sá, Andrea Demétrio de Sá, Talita Miranda e Rita de Cássia Bessa não atenderam as ligações. O espaço segue aberto para manifestação. Já a defesa de Zilda Barreto Correa, a mãe de uma as investigadas, afirmou que não ia comentar o caso.
Fonte: NDMAIS