A Geração Z mais velha e os Millenials mais novos lançaram uma nova moda na rede Xiaohongshu, uma plataforma de mídia social e comércio eletrônico que possui uma interface semelhante ao Pinterest. Com a crise laboral no país, os jovens e os recém-adultos optaram por enfrentar a situação com um desafio: a frugalidade orgulhosa, ou simplificando, o orgulho de uma moderação alimentar.
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Entre os mais de 300 milhões de usuários ativos da popular plataforma, em que a Geração Z representa praticamente 50% do total, a tendência tem levado jovens e adultos chineses a compartilharem como sobrevivem um mês gastando menos de 500 yuans (cerca de US$ 70 ou R$ 430 em comida) por meio de fotos de seus pratos e o custo associado dos ingredientes.
Já se foram as tendências que iam exatamente na direção oposta, com altares nas redes sociais ao consumo desenfreado na forma de marcas de luxo, bolsas de grife e supercarros esportivos. Com a mudança para a cultura da poupança, o jornal The Washington Post relata que aqueles que perdem os seus empregos, ou que abandonam a universidade para se depararem com perspectivas de emprego complicadas, estão a aderir ao desafio.
Entre os exemplos estão engenheiros que aderiram ao desafio ao descobrirem que poderiam gastar menos de 20 yuans por dia (cerca de US$ 2,75 por dia) em sopas e arroz, chegando a meses em que poderiam sustentar-se com cerca de 332 yuans (US$ 45,67), ou mesmo começar a poupar para comprar casa ou mudar-se para outra cidade em busca de melhores oportunidades de emprego.
Procurando olhar pelo lado positivo de uma situação preocupante, os jovens da Geração Z e Millennials estão se acostumando a valorizar mais o dinheiro. Apesar de pedir um delivery de comida ser muito mais prático e rápido, cozinhar seu próprio alimento é mais barato e mais saudável. O problema é que essa mudança não foi de vontade própria, mas sim motivada pela crise laboral na China.