8 de novembro de 2023 
O pensamento mágico é a prática de fugir da verdade. Ele promove um estado mental no qual o indivíduo acredita criar a realidade na qual ele vive. Nessas condições, a imaginação oculta a realidade, a realidade não é a “da experiência, mas a do pensamento”, conforme afirmava Sigmund Freud.
Na hora de cuidar da própria saúde, é comum os homens aplicarem o pensamento mágico para deixar de ir ao médico e manter os maus hábitos como se o simples fato de acreditar que aquilo não faz mal fosse evitar os problemas decorrentes e seus efeitos perniciosos na saúde.
Há também fatores culturais ligados ao comportamento masculino que são entraves na hora de procurar o médico. O homem se acha forte o suficiente para não precisar tomar cuidados com a saúde, é uma espécie de síndrome de super-herói, uma masculinidade tóxica. Com isso, o homem pode se achar forte, que não adoece e não pode demonstrar sinais de fraqueza.
Seis em cada dez homens no Brasil só procuram um médico quando os sintomas já estão insuportáveis e as doenças muito avançadas, dificultando o tratamento e a cura.
Para cada oito mulheres que frequentam regularmente o ginecologista para exame de rotina, somente um homem vai ao médico com o mesmo objetivo. É cultural. As mulheres têm esse hábito desde a adolescência, fazendo acompanhamento com um ginecologista a partir da primeira menstruação.
Esse também é um dos motivos que fazem os números serem tão diferentes na hora de medir a expectativa de vida de homens e mulheres. O catarinense nascido hoje tem a expectativa média de viver 80,9 anos: os homens, 77,7 anos; e as mulheres, 84,1 anos. As mulheres vivem quase sete anos a mais do que os homens em Santa Catarina.
Para mudar esse quadro, é necessária uma profunda mudança na consciência masculina. É preciso abandonar o pensamento mágico e encarar a realidade.
A prática de exercícios físicos, uma dieta balanceada, evitar o excesso de álcool, deixar de fumar e consultar o médico regularmente é a receita para que os homens vivam mais.
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