Operação Lesa Pátria: PF cumpre 19 mandados em SC contra financiadores do 8 de janeiro

data 20 de junho de 2024

Investigação na Operação Lesa Pátria busca responsabilizar envolvidos nos ataques à Praça dos Três Poderes, em janeiro de 2023

Operação Lesa Pátria cumpre mandado de busca e apreensão em vários estados – Foto: Agência Brasil/Reprodução/ND

A 28ª fase da Operação Lesa Pátria foi deflagrada nesta quinta-feira (20) pela Polícia Federal. Foram expedidos 27 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso do Sul. A ofensiva busca identificar pessoas que financiaram e incentivaram a invasão ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, em 8 de janeiro de 2023.

Em Santa Catarina, foram cumpridos 19 mandados, sendo 11 de busca e apreensão e oito de busca pessoal. As cidades e os alvos da ofensiva não foram divulgados pela Polícia Federal. Segundo a investigação, os prejuízos causados ao patrimônio público chegam a R$ 40 milhões.

A Operação Lesa Pátria é permanente e possui atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais cumpridos, pessoas capturadas e ofensivas realizadas.

Mandados de busca e apreensão da Operação Lesa Pátria:

  • SC: 11
  • GO: 2
  • MS: 2

Mandados de busca pessoal:

  • SC: 8
  • GO: 2
  • MS: 2

Lesa Pátria: relembre os atos de 8 de janeiro

Na tarde daquele domingo, 8 de janeiro de 2023, manifestantes revoltados com o resultado das eleições presidenciais vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. As ações foram orquestradas em um acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, de acordo com o relatório produzido pelo interventor Ricardo Capelli.

Os manifestantes invadiram as sedes e destruíram obras de arte, mobiliário e a própria estrutura das Casas. Os danos ao Palácio do Planalto foram estimados no valor total de R$ 7,9 milhões. E os prejuízos causados à sede do Supremo Tribunal Federal atingiram o valor de R$ 5,9 milhões. Dentre as obras destruídas, está o painel Araguaia, o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, entre outros.

Pessoas invadiram e destruíram o STF, Palácio do Planalto e Congresso Nacional – Foto: Agência Brasil/Reprodução/NDPessoas invadiram e destruíram o STF, Palácio do Planalto e Congresso Nacional – Foto: Agência Brasil/Reprodução/ND

No dia do ato, nove comandantes da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) estavam de férias ou de licença. Também estava de recesso o então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres – ele é suspeito de ter colaborado com o evento.

Torres não estava no Brasil no dia do ataque e é investigado por omissão. Dois dias após os ataques, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres, onde encontrou a minuta de um golpe de Estado. O documento era o rascunho de um decreto para mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Intervenção federal e CPI

No dia seguinte à invasão, o Senado aprovou uma intervenção federal no Distrito Federal até 31 de janeiro para retomar o controle da Segurança Pública. Sob o comando do interventor Ricardo Capelli, foram realizadas exonerações, afastamentos e a instauração de inquéritos policiais militares.

No fim de maio foi instalada uma CPMI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar os atos. O relatório final, aprovado em outubro, pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre as quais a do o ex-presidente Jair Bolsonaro e de um possível financiador catarinense.

Também estão entre os denunciados militares do alto escalão, ex-assessores de Bolsonaro, supostos financiadores dos atos extremistas e a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal. A oposição apresentou um relatório alternativo – recusado – culpando o presidente Lula (PT) e membros do governo federal.

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