Olá, pessoal, tudo bem? Com tantas manutenções e reformas ocorrendo neste ano, começamos a analisar a segurança de cada moradia multifamiliar e ficamos impactados com os resultados. A segurança que comento não é sobre assaltos e roubos, mas sim no quesito proteção para o trabalhador que for atuar no local e nas alterações dos projetos preventivos aprovados pelos bombeiros no habite-se.
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Em uma média de cinco prédios visitados, nenhum possuía argolas de ancoragem normatizadas pela ABNT NBR 16325 – proteção contra quedas de altura. O que acontece é o seguinte: geralmente os prédios, quando entregues, possuem somente a ancoragem para salvamento do bombeiro, que é exigência do projeto preventivo. Porém, não está sendo pensado nas manutenções futuras das fachadas, cuja necessidade de descidas de cadeirinha é essencial. Então, quando o trabalhador sobe para realizar alguma manutenção e não encontra essa ancoragem, ele costuma amarrar a corda em qualquer lugar, como em pilares, churrasqueiras, janelas e guarda-corpos. Todos estes locais, no entanto, estão errados, uma vez que não foram construídos para este fim. Infelizmente, muito trabalho tem sido feito desta maneira e ninguém fica sabendo, mas a responsabilidade é do síndico e da administração do condomínio. Se acontecer alguma coisa com essas pessoas, alguém terá que responder criminalmente por isso.
Mas o que é o certo então? O correto é já ter essas argolas de ancoragem concretadas na estrutura do prédio para içamento dos trabalhadores. É necessário um teste de arrancamento (verificação de resistência dessa ancoragem) e um laudo de segurança para a situação ficar normatizada. Caso o seu prédio não tenha, é necessário contratar uma empresa especializada para a realização desse trabalho. Sim, ainda é possível realizar a instalação da ancoragem mesmo com o prédio pronto. O cálculo do número de pontos depende do layout da fachada, mas é importante ter duas ancoragens por descida (uma para a linha de vida do trabalhador e outra para a cadeirinha).
Já sobre alterações de layout do projeto preventivo, realmente isso é bem preocupante. Se ocorrer um sinistro no prédio (um incêndio, por exemplo), a fuga e retirada das pessoas pode ser comprometida por questões arquitetônicas e design de ambientes. Recentemente entrei no hall de entrada de um prédio no centro da cidade. Na parede do elevador, um painel com uma lâmina de madeira cobria inclusive a porta corta-fogo, deixando-a invisível. A ABNT NBR 11742 Portas de Corta Fogo fala sobre a pintura da folha da porta com condição de contraste, de acordo com a ABNT NBR 9050 sobre acessibilidade. Portanto, se ocorrer um incêndio neste local, além de o fogo se espalhar no painel obstruindo a porta pelo fato de ela estar revestida pela lâmina, a mesma ficará camuflada em um momento de pânico e poderá gerar mais acidentes.
Enfim, são vários itens aos quais devemos ficar atentos. Nunca queremos que situações de risco ocorram, porém devemos evitar qualquer probabilidade negativa nesse quesito. Continuaremos atentos e sugerindo mudanças para a segurança dos condomínios. Falaremos mais sobre isso no próximo mês.
A Soder Engenharia pode lhe ajudar e ficamos à disposição.