A abertura do 20º Festival Internacional de Música de Santa Catarina (Femusc) lotou o Grande Teatro da SCAR na noite de ontem. Autoridades da região e do país também acompanharam a solenidade. O evento é considerado o maior festival-escola da América Latina e segue até o dia 25 com mais de 200 espetáculos gratuitos. A abertura foi transmitida ao vivo pelo canal do festival no YouTube.
O festival vai apresentar 750 obras que serão executadas por estudantes e profissionais da música de 27 nacionalidades. Além dos espetáculos na SCAR, também haverá roteiro social em escolas e hospitais.
Em seu pronunciamento, o oboísta e diretor artístico do festival, maestro Alex Klein destacou que não há nada igual ao Femusc na América Latina. “Não temos outros eventos com tanta densidade de atividades e envolvimento social e educacional. O Femusc é reconhecido mundialmente e vem revelando talentos que figuram entre grandes orquestras pelo mundo”.
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O representante do Conselho da SCAR, Luís Hufenüssler Leigue lembrou da história de sucesso do Femusc desde sua criação. “A gente entende que, quando há um propósito claro, a nossa união faz acontecer e a gente consegue prevalecer. Este é o espírito jaraguaense, nosso desejo de sempre evoluir. Rodar este festival é um esforço diário. Estamos fazendo aqui nossa parte como agentes de transformação pela arte, cultura e educação. Oportunidade e igualdade: é sobre isso que falamos aqui”.
A senadora, Ivete da Silveira, também acompanhou a abertura do evento. Ela e o marido, governador na época, Luiz Henrique da Silveira (in memoriam) acolheram a proposta de criação do Femusc. “Meu marido sempre foi um entusiasta e admirador da cultura e da música. Fico feliz em ver que este projeto cresceu e hoje é esta referência mundial. Parabéns aos organizadores e à comunidade de Jaraguá do Sul que abraçou o festival”, frisou. Ivete da Silveira e o maestro Alex Klein foram homenageados durante a solenidade.
A presidente do Instituto Femusc, Monika Hufenussler Conrads deu as boas-vindas aos participantes desta edição, agradeceu o empenho das pessoas ligadas à organização do evento e mencionou o potencial da educação musical. “Ao longo desses 20 anos, vimos jovens músicos crescerem, aprimorarem suas habilidades e partirem para brilhantes carreiras ao redor do mundo. Vimos crianças darem suas primeiras notas no Femusckinho e vimos o brilho nos olhos do público. Mais do que isso, vimos a música fazendo o que ela faz de melhor: conectar pessoas. O Femusc é muito mais do que um festival, é uma escola, uma incubadora de talentos e um motor de inclusão social”.
O prefeito Jair Franzner também enalteceu a importância do festival como uma plataforma de aprendizado, crescimento e oportunidades para alunos e professores do mundo todo. “O Femusc é um símbolo do que é possível quando a arte e a educação se unem. Para Jaraguá do Sul, o festival tem uma grande relevância, pois, além de nos colocar no mapa cultural do mundo, movimenta nossa economia, impulsionando o setor de turismo de forma muito expressiva. Enquanto administração, seguimos com o compromisso de apoiar a cultura, a arte e eventos que promovam o desenvolvimento humano. Sejam todos bem-vindos a Jaraguá do Sul”.
Sobre a noite de abertura do 20º Femusc
A obra espanhola “En Aranjuez con tu amor”, uma apresentação de ritmos africanos e homenagem a Elis Regina, marcaram a abertura do Femusc. Primeira e mais famosa obra do compositor Joaquin Rodrigo, “En Aranjuez con tu amor” contou com a participação do oboísta e diretor-artístico do Femusc, maestro Alex Klein, e da professora de harpa, Rita Costanzi. A composição, originalmente escrita para violão clássico e orquestra é de 1939 e estreou em Barcelona no ano seguinte. A obra foi escrita em Paris e reflete os jardins do Palácio Real de Aranjuez, residência de primavera do Rei Filipe II, da segunda metade do século XVI.
Na sequência, alunos vindos de três países africanos – São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Moçambique – se apresentaram em um número musical a fim de representar a cultura do continente. Os estudantes chegam ao Femusc pela primeira vez.
Uma vaquinha on-line promovida pessoalmente pelo diretor-artístico do festival foi realizada para ajudar o trompetista de São Tomé e Príncipe, Clismar Carvalho conseguir vir ao Brasil. “Uma felicidade ter estes músicos conosco nesta nossa 20ª edição, um feito e tanto para o Femusc, que ganha em diversidade e em inclusão, uma das nossas principais missões”, afirma o maestro Alex Klein.
Encerrou a abertura uma homenagem à cantora Elis Regina, considerada uma das maiores vozes do Brasil. O tributo à eterna “Pimentinha”, que completaria 80 anos em 2025, foi sugerido pelo pianista e coordenador do núcleo de MPB, Marcelo Ghelfi.
Sobre o Femusc
Em 2025, o Femusc apresenta 750 obras que serão realizadas por estudantes e profissionais da música de 27 nacionalidades. Além dos concertos e shows de MPB, o festival traz de volta o Programa de Quarteto de Cordas. A aguardada programação de ópera incluirá o clássico “Madama Butterfly “, de Puccini e a ópera I-Juca-Pirama, do compositor jaraguense Ático Rubini, inspirada nos poemas homônimos do poeta indianista Gonçalves Dias. Os espetáculos ocorrem principalmente na SCAR, mas também haverá, como em anos anteriores, roteiro social em escolas e hospitais. Para mais informações e programação completa, acesse o site: www.femusc.com.br