Moda e literatura propõem encontros de estilo na Bienal Internacional do Livro de Jaraguá do Sul

data 23 de outubro de 2023

No próximo sábado, dia 28, a renomada modelo e manequim catarinense, Michelli Provensi, integrará o grupo de autores em destaque na programação

A moda possui um papel crucial na história de Jaraguá do Sul, contribuindo há décadas para a economia local, a geração de empregos, a promoção da cultura e identidade do município. Numa programação pensada para unir literatura, arte e empreendedorismo, o assunto, que não poderia ficar de fora, veio à tona na Bienal Internacional do Livro logo na segunda noite de atrações. Nesta sexta-feira (19), centenas de estudantes de moda, profissionais do setor e entusiastas do universo fashion marcaram presença no Pequeno Teatro da SCAR para prestigiar a figurinista e professora de história do vestuário e da moda, Carolina Casarin.

Mestre em letras e doutora em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carolina veio pela primeira vez à Jaraguá do Sul para mostrar o seu livro “O Guarda-roupa modernista: o casal Tarsila e Oswald e a moda”. O lançamento apresenta o vestuário como parte da obra do famoso casal de artistas e demonstra como os dois se apropriaram da moda para deixar a sua marca. Em sua conversa, ela enfatizou o quanto a roupa e o ato de se vestir servem de elemento político da sociedade: comentou a celebração da individualidade, a quebra de tabus e a afirmação de liberdade possíveis através da moda. “A construção da nossa aparência não tem nada de superficial”, lembrou.

Para falar de Tarsila e Oswald, no entanto, Carolina propôs antes à plateia uma reflexão sobre as nuances da moda brasileira. Segundo a pesquisadora, a beleza, o sagrado, a leveza e a irreverência são pilares que contribuem para a identidade da moda nacional. Ela ressaltou ainda o “estilo carioca” como uma influência marcante no design de moda do país, sendo um ícone figurativo que ainda ressoa forte no imaginário estrangeiro. “A própria moda praia é muito vinculada a um ideal do life style brasileiro. A orla é um signo de brasilidade”, colocou.

Ao ser questionada sobre o panorama atual da produção de moda nacional, a pesquisadora, que faz parte do Coletivo “Moda e Decolonialidade: Encruzilhadas do Sul Global”, enfatizou a urgência de um plano setorial para o setor no Brasil. Ela frisou a importância de se implementar políticas públicas que promovam o estudo e a pesquisa de moda e design no país, bem como a criação de grupos de trabalho. Para Carolina, é hora de se criar cenários mais aprazíveis, acessíveis e dignos para vestir os corpos brasileiros. “A moda, como parte da nossa sociedade, tem a responsabilidade de pensar futuros possíveis”, destacou.

Outros olhares na programação

No próximo sábado, dia 28, a renomada modelo e manequim catarinense, Michelli Provensi, integrará o grupo de autores em destaque na programação. Com uma sólida carreira nas passarelas internacionais, Michelli apresentará seu segundo livro, que traz consigo a essência de uma estreia. Em sua primeira obra, intitulada “Preciso Rodar o Mundo”, lançada há nove anos, a autora compartilhou as fascinantes experiências vividas no universo da moda. Já em sua nova empreitada literária, “Marinheira de Açude”, encontrou inspiração em um universo igualmente familiar: suas memórias de infância na cidade de Maravilha, localizada no oeste catarinense.

Com o título, Michelli se aventura pelo terreno do realismo fantástico e levou o segundo lugar no Prêmio Clarice Lispector da Biblioteca Nacional em 2022. Sob essas credenciais, a modelo e escritora chegará à Bienal junto à premiada autora catarinense Ieda Magri, para um bate-papo sobre o tema “A oeste do Éden”. Ieda, que também é natural da região oeste, nascida no município Águas Frias, falará sobre o romance “Um crime bárbaro”.

A maratona de apresentações, palestras, venda de livros e conexões literárias segue sem parar, até o último domingo do mês, dia 29. Ainda neste sábado (21), a comunidade pode reforçar os laços da edição com a Hungria na exposição dos autores catarinenses Fernando Boppré e Sidnei Lopes, que vão falar com a comunidade sobre a imigração e cultura húngara. No domingo (22), a conversa será sobre autoconhecimento com o psicanalista brasileiro Christian Dunker, vencedor do prêmio Jabuti na categoria Psicologia e Psicanálise.

A programação completa, assim como os ingressos para as atividades, pode ser conferida no site oficial: www.bienaljaragua.com

Sobre a Bienal Internacional do Livro de Jaraguá do Sul

A Bienal Internacional do Livro de Jaraguá do Sul busca unir literatura, arte e dialogar com o perfil empreendedor da região, criando novas conexões. O evento é uma realização da Design Cultural, Scar e Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS). A iniciativa tem ainda com patrocínio das empresas: Havan, Malwee, Indumak, Urbano. Tirol, Lunelli, Zanotti, Bold, Live, Condor e Maahs. Também conta com apoio municipal, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Jaraguá do Sul, da Prefeitura de Jaraguá do Sul. A promoção é do Programa de Incentivo à Cultura, através da Fundação Catarinense de Cultura, do Governo do Estado de Santa Catarina.

SERVIÇO
Bienal Internacional do Livro de Jaraguá do Sul
Data: Qui 19 a Dom 29 de outubro de 2023
Local: Centro Cultural Scar e Centro Empresarial CEJAS (R. Jorge Czerniewicz, 160)
Acesso: entrada gratuita, mediante ingresso online
Site oficial: www.bienaljaragua.com
Redes Sociais: www.instagram.com/bienaljaragua

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