24 de abril de 2025 
Uma mancha no rosto do Papa Francisco chamou a atenção de fiéis na terça-feira (22), quando o corpo do pontífice foi colocado em caixão na Casa Santa Marta. Neurologistas explicam que a marca escura pode ser um indicativo da causa da morte.
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O Papa Francisco morreu aos 88 anos, na segunda-feira (21), após 12 anos à frente da Igreja Católica. O argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito o primeiro papa não europeu em 2013.
Uma procissão levou o corpo da Casa Santa Marta à Basílica de São Pedro, no Vaticano, na manhã desta quarta-feira (23). Fiéis poderão visitar o caixão até o funeral, marcado para sábado (26).
A mancha no rosto do Papa Francisco não é sintoma próprio do AVC (acidente vascular cerebral), que causou a morte do santo padre. No entanto, a neurologista Sabrina Anticoli, chefe da Unidade de AVC do Hospital San Camillo, em Roma, acredita que a marca está relacionada.
Segundo ela, a mancha no rosto do Papa Francisco pode ser decorrente de “trauma por queda ao acordar devido à hemiplegia”. A hemiplegia é a paralisia de um dos lados do corpo, causada pelo AVC.
Dessa forma, o papa teria caído ao sofrer o derrame cerebral. A neurologista detalhou ao jornal italiano Il Messaggero que a pneumonia bilateral, doença que deixou o papa internado por 38 dias, aumentou o risco de acidente.
“Pneumonia dupla com insuficiência cardíaca só pode aumentar a fragilidade de um paciente de 88 anos hospitalizado há mais de um mês. A mortalidade aguda no AVC isquêmico é de aproximadamente 20% nos primeiros três meses devido a complicações, como disfagia, imobilidade no leito e complicações infecciosas, enquanto no AVC hemorrágico chega a 50% na fase aguda”, aponta.
Sabrina Anticoli ressalta, porém, que o comunicado do Vaticano não especificou se o AVC foi isquêmico, como em 85% dos casos, ou hemorrágico.
O início do derrame que deixou uma mancha no rosto do Papa Francisco pode ser identificado por diversos sintomas, como surgimento súbito de distúrbios da fala, coma, sensibilidade ou força de um lado, visão dupla ou instabilidade postural repentina.
A neurologista afirma que é possível prevenir o AVC “corrigindo todos os fatores de risco vasculares: hipertensão, colesterol, aterosclerose carotídea, diabetes, dislipidemia”. Ela recomenda evitar fumar, praticar atividade física, dieta e verificar arritmias como a fibrilação atrial, que causa um quarto de todos os AVCs isquêmicos preveníveis com terapia anticoagulante oral.
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