Mãe: o maior e mais puro amor

data 21 de maio de 2024
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Crédito: Hermann Image

Com a maternidade, Ines Hable Petry realizou um de seus maiores sonhos. Longe de idealizações, educar e prover Guilherme e Gabriela tem seus desafios, mas o retorno afetivo e as experiências compartilhadas em família compensam cada dificuldade.

“Ser mãe é uma descoberta diária de como ser melhor a cada dia. É entrega, doação”. Assim a pedagoga, Ines Hable Petry define o valioso papel que desempenha na vida de Guilherme, hoje com 16 anos, e Gabriela, de 13. Caçula de uma família de 14 irmãos, seu sonho sempre foi se formar e ter uma família. Logo, não demorou a gerar os frutos de seu amor com Ricardo, o marido e parceiro sem o qual ela não teria dado conta do desafio da maternidade.
Guilherme, o primogênito, é o filho que toda mãe gostaria de ter. Vivendo a fase da adolescência – uma das que mais assustam pais e mães –, é descrito como um garoto calmo e responsável. Frequenta a escola, ama música e partiu dele a iniciativa de iniciar cedo no mercado de trabalho, atuando como estagiário em uma autarquia municipal. Herdou da família o talento para as artes, já que o pai toca violão e a mãe canta. Assim, em um ambiente musical e repleto de alegria. Guilherme tornou-se baterista.
E apesar de normalmente os desafios serem maiores para mães de primeira viagem, com Ines foi diferente. Durante a gestação de Gabriela, tudo correu normalmente, mas somente dois dias após o nascimento veio a suspeita que Gabriela teria Síndrome de Down, condição genética que compromete o desenvolvimento cognitivo em alguns casos e acarretar cardiopatias, o que a levou a uma mesa de cirurgia com apenas quatro meses de vida.
Sobre o período, Ines desabafa: “não foi fácil receber essa notícia e ver ela tão pequena e frágil lutando pela vida daquela forma, mas felizmente deu tudo certo e pudemos sempre contar com uma rede de apoio nos momentos mais difíceis”. Nesse período, ela contou com a ajuda dos sogros e de sua mãe e irmãos que, apesar de morarem em outras cidades, dispuseram-se a contribuir com tudo o que foi preciso. Afinal, após o procedimento Gabriela passou 17 dias internada e é bom lembrar que Guilherme tinha somente três anos de idade nessa época, também exigindo bastante atenção.

“Vivemos um dia de cada vez e, como mãe, sempre estou atenta aquilo que posso melhorar. Desejo que cresçam com muita educação e respeito”.

Felizmente, hoje as coisas estão muito mais tranquilas. Ines desistiu da ideia de ter um terceiro filho, o que sempre foi o seu desejo, mas se esforça muito para fazer tudo o que está ao seu alcance no sentido de dar uma vida confortável para a família. Mesmo nos momentos mais críticos, não deixou de trabalhar com educação infantil, o que inclusive lhe deu uma base forte na vida pessoal por conta da facilidade para lidar com os pequenos. Na primeira infância, por conta da baixa imunidade, Gabriela não podia frequentar uma creche, então passava o período de trabalho dos pais sendo assistida por uma babá.
Hoje Gabriela frequenta a escola regular e faz terapias complementares como fonoaudiologia e psicopedagogia, estímulos fundamentais para o seu desenvolvimento. Herdou da família a musicalidade e a veia artística e um de seus maiores hobbies é a dança, fazendo aulas de dança moderna, de rua e folclórica. Durante os três primeiros anos de vida, Gabriela frequentou a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e através dessa experiência Ines foi convidada a fazer parte de um grupo de mães que fundou a Up Down, instituição que recebeu o certificado estadual de serviços de utilidade pública e nasceu com o intuito de promover o encontro e troca de experiências sobre a síndrome. “Era como uma forma de prestar acolhimento familiar, dar apoio e indicar alternativas que pudesse melhorar a qualidade de vida de nossos filhos”, argumenta ela, que fez parte da diretoria e hoje ainda participa como membro da instituição.
Nas horas livres, pouco importa a programação. O fundamental é estar junto. Pode ser em uma viagem ou um simples passeio no parque. Recebendo amigos em casa ou se divertindo com jogos de tabuleiro, o que inclusive auxilia no desenvolvimento da garotinha. A família Hable Petry evita ao máximo e se esforça para que os filhos não cresçam dependentes de telas, como tablets e celulares. No Dia das Mães, a festa é grande e eles se dividem entre a mãe de Ines e a sogra. “Gostamos dessa união, de estar com eles. Simplesmente não imagino minha vida sem meus filhos e quero que cresçam bem, respeitando os outros e sempre com muita educação”, reforça.

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