Jaraguá do Sul ganha uma nova cachaça artesanal

data 24 de março de 2025
autor

Crédito: Hermann Image

A Sant’água Cachaça de Alambique em breve começa a circular no varejo oferecendo pureza e sabor a cada gole. Sob o comando da família Chiodini, empresa é responsável pelo processo de envelhecimento, padronização e venda da bebida, que é um patrimônio nacional.

Considerada um símbolo nacional, a boa cachaça tem um valor inestimável tanto comercial quanto afetivamente, sendo parte da história de muitas famílias que se dedicam a produzir e degustar a bebida em momentos de confraternização. A origem da Sant’água Cachaça de Alambique não foge à regra e remete às memórias de Juvenal Chiodini, que deu início à produção da bebida para fins comerciais em meados da década de 50 e hoje tem o seu legado continuado com a iminente chegada ao varejo da bebida envelhecida e padronizada na estrutura montada na chácara de sua família.
Quem encabeça os trabalhos na empresa são os irmãos, Paulo e João Carlos Chiodini e seu sobrinho, Douglas Winter. A produção nunca chegou de fato a ser interrompida e as barricas antes envelheciam cachaças personalizadas para empresas e alguns clientes em particular, mas a meta é investir  em um mercado mais amplo, destinando a bebida ao público do varejo primeiramente nas lojas de conveniência de propriedade da família, além de alguns supermercados, bares e restaurantes.
Paulo explica que o processo funciona da seguinte maneira: a cachaça é comprada de alambiques de Minas Gerais e, mais recentemente, do Rio Grande do Sul. Aqui, passa pelo processo de envelhecimento, padronização e venda. O diferencial vem das barricas onde a bebida é armazenada. Feitas madeiras como o carvalho francês, carvalho americano, amburana, bálsamo e jequitibá rosa, cada uma é responsável por dar coloração, aroma e sabor à bebida enquanto ela passa pelo processo de espera.
Engana-se quem pensa, porém que quanto mais envelhecida melhor ela fica. “Uma cachaça bem maturada não é aquela que fica mais tempo no barril. Afinal, existem muitas madeiras que não são recomendadas para envelhecer o destilado por muito tempo. Esse é o caso da Amburana. Ela, por exemplo, necessita pouco tempo para transferir toda sua complexidade sensorial para a cachaça”, explica Paulo, que ensina também a apreciar a bebida e eliminar por completo o preconceito que ainda existe com  a famosa pinga.
Segundo ele, a cachaça deve ser tomada em pequenos goles, não sendo recomendado beber em forma de shot, até por conta da graduação alcoólica, que pode chegar a 48%. Outro motivo para que seja degustada com calma está no próprio processo de produção. Envelhecida em mais de 30 tipos de madeira, cada uma traz consigo particularidades que merecem ser sentidas com calma.
O simples ato de tomar uma cachaça envolve todos os sentidos, desde observar a cristalinidade da bebida através da taça, fazer movimentos leves que liberem seus aromas até o momento do primeiro gole, que serve como uma espécie de forração na língua para que você esteja preparado para apreciar com mais propriedade as sensações que a bebida pode proporcionar na sequência. “Depois de engolir é hora de sentir o retrogosto. Aqui, você vai experimentar a união de aromas e sabores da cachaça. Normalmente, o retrogosto deve proporcionar uma persistência de dois a oito minutos e algumas sensações identificadas são: amargo, amadeirado, adocicado e alcoólico”, descreve, quase que como um ritual.

Hora de expandir o mercado
Com a atual estrutura, a fábrica possui capacidade para 15 mil garrafas anuais, volume que em cinco anos deve ser ampliado para 50 mil garrafas. O foco da Sant’água é bastante claro: mais qualidade e pouca quantidade. Com previsão de chegada ao mercado ainda para o primeiro semestre de 2025, o produto passa por um rígido controle de acidez em um processo que é monitorado de perto pelo trio de sócios, afinal são eles também grandes apreciadores da marca que fazem questão de acompanhar desde o processo de aquisição da bebida até sua finalização.
As cachaças institucionais, no entanto, já estão à venda e é possível personalizar com a marca da sua empresa ou até mesmo dar aquele toque pessoal à uma bebida que carrega sua identidade. Paulo Chiodini valoriza ao afirmar que hoje as cachaças ganharam status e seus valores de mercado podem ser comparados aos melhores scotches. A importância é tamanha que hoje se tornou o terceiro destilado mais bebido do mundo, com um consumo per capita anual entre 18 e 59 anos de 11,5 litros e uma data especialmente para ela no Brasil: 13 de setembro, o Dia Nacional da Cachaça.

Serviço
Fábrica: Rua Adolfo Antônio Emmendoerfer, 500 – Barra do Rio Molha – Chácara Mime.
Contatos: (47) 98827-7151 / @cachacasantagua / www.cachacasantagua.com.br / cachacasantagua@gmail.com .

Veja também

Desenvolvido por AUIN Tecnologia