O aumento dos casos de dengue na região tem sido preocupante neste início de ano. Os números ultrapassam dados jamais vistos em Santa Catarina, deixando em alerta as operações nas unidades de saúde em todo o estado. De acordo com o boletim epidemiológico regional, desde janeiro até março, mais de dois mil casos de dengue foram notificados no Vale do Itapocu, sendo cerca de 650 casos confirmados até agora.
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Além de Jaraguá do Sul, grande número de casos de suspeita de dengue tem sido visto também no município de Guaramirim, onde a maioria dos moradores busca suporte de atendimento junto ao Pronto Socorro do Hospital Santo Antônio-Santé (HSA-Santé). Com a alta demanda, o hospital tem enfrentado um aumento significativo no número de pacientes, que resulta em sobrecarga nos serviços.
Em março, a média mensal de atendimentos no Pronto Socorro cresceu em 26%, passando de cinco mil para mais de 6.300 pessoas atendidas durante o mês. “Estamos trabalhando com um esforço especial da nossa equipe médica e uma estrutura específica para realização de exames e hidratação. Orientamos que pacientes com sintomas leves não se dirijam ao Hospital e, com isso, reduzam o risco de agravar o quadro por contaminação com Covid-19 ou outras enfermidades”, reforça o diretor geral do HSA-Santé, Thiago Furtado.
Conforme explica Furtado, a dengue é uma doença de notificação compulsória. Dessa forma, todos os casos suspeitos e confirmados devem ser notificados para a vigilância epidemiológica do município, a qual procede com a investigação da doença. “No mês de janeiro, notificamos 67 pacientes. Já em fevereiro foram 152 pacientes, e o mês de março teve um aumento significativo, com 342 pacientes, totalizando 561 casos suspeitos até o momento”, afirma Furtado.
No atendimento à população, os casos de dengue são classificados em graus A, B, C e D. Os pacientes com classificação A devem ser atendidos nos ambulatórios da saúde básica, já os classificados como B são encaminhados para o hospital para avaliação, coleta de hemograma e hidratação, e após prosseguem o acompanhamento na rede básica de saúde. Aqueles que possuem classificação C necessitam de internação hospitalar para controle da hidratação e dos exames laboratoriais. Já os infectados com classificação D necessitam de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Atenção para os sintomas
É importante ficar atento aos sintomas da doença. Febre com temperaturas geralmente acima de 38 graus, que pode durar mais de dois a sete dias, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas articulações e erupções cutâneas que normalmente vem acompanhadas de coceira, são os principais e merecem atenção, além de atendimento médico. Entretanto, se o paciente progredir parar sintomas como vômitos persistentes, inchaço nas pernas ou abdômen, dor no abdômen, sangramento em gengiva, olhos, urina ou fezes, sonolência diferente do habitual, alteração do humor com maior irritabilidade e urina com cor mais escura, mesmo fazendo hidratação, a recomendação é passar por uma reavaliação na unidade de saúde.
Tratamento domiciliar
Algumas precauções são importantes para que o tratamento seja eficiente e a doença não tome outras proporções. Não utilizar anti-inflamatórios, como ibuprofeno, cetoprofeno e diclofenaco, é uma delas. Pessoas que fazem uso contínuo dessas substâncias devem verificar com o médico se é possível interromper o uso do medicamento pelo risco de sangramento. Vale ressaltar que cada paciente precisa ser avaliado individualmente por profissionais de saúde para prosseguir com qualquer tratamento.
Em caso de dor ou febre, recomenda-se utilizar remédios como dipirona ou paracetamol e fazer hidratação em casa, com oferta de três a cinco litros de líquidos por dia, a depender do peso do paciente. É sugerido consumo de pelo menos um litro de soro caseiro, soro fisiológico ou de sais de reidratação oral, e no restante, beber de dois a quatro litros de água, suco de frutas, chás, água de coco, etc.
Vacina da Dengue
A vacina QDENGA, foi lançada para prevenção da doença, com indicação para a população entre 4 a 60 anos e está disponível para toda esta faixa etária apenas na rede privada. Na rede pública, está apenas disponível para pré-adolescentes e adolescentes, com a faixa etária exata e datas sendo divulgadas pela rede municipal de saúde.
Sobre o Hospital Santo Antônio-Santé
Atualmente, a gestão do Hospital Santo Antônio, de Guaramirim, cabe ao Instituto Santé. A unidade está localizada na Rua João Butschardt, 5, e oferece atendimento médico de urgência e emergência, internações clínicas e cirúrgicas, exames ambulatoriais e moderno centro cirúrgico, tornando-se um hospital referência em média complexidade na Macrorregião.