A hiperplasia da próstata, uma das condições mais comuns entre homens, afeta cerca de 50% dos indivíduos acima de 50 anos e apresenta sintomas semelhantes aos do câncer desta glândula. O oncologista Hector Cardozo Gramulia, da Oncoclínicas Grande Florianópolis, explica que o aumento do tecido prostático pode ocorrer tanto por um fator benigno, como a hiperplasia prostática benigna (HPB), quanto pela presença de nódulos decorrentes de um tumor.
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Nas duas situações, o paciente costuma apresentar dificuldade ou retenção urinária, sensação de não esvaziar a bexiga completamente e gotejamento excessivo após urinar, entre outros sinais. Também pode ocorrer elevação do PSA total, com diferencial sobre a amplitude deste aumento, mas, no caso do câncer, isso tende a ser mais acentuado. “Porém, a maior diferença será verificada no exame de toque prostático e na ressonância”, afirma o oncologista. Ele explica que quando se trata de neoplasia, a próstata fica mais endurecida e com nodulações características, enquanto na HPB é mais regular e menos enrijecida, podendo ter nódulos menos específicos.
A hiperplasia prostática benigna é tratada com medicamentos para aliviar os sintomas urinários decorrentes do aumento da glândula. O especialista afirma que, entre outras indicações, costumam ser prescritos alfa-bloqueadores para facilitar o fluxo urinário, inibidores da enzima 5-alfa-redutase, responsável pela conversão da testosterona no hormônio, que contribui para o desenvolvimento dessas condições. Também podem ser recomendadas terapias combinadas para reduzir esses desconfortos.
“Não há uma prevenção específica, mas hábitos de vida saudáveis – alimentares e atividade física, não tabagismo e o acompanhamento precoce com urologista, independentemente dos sintomas, é o mais recomendável”.
Somente a presença HPB não amplia as chances de desenvolvimento do tumor, cuja projeção do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de 230 novas ocorrências neste ano em Florianópolis. Contudo, Hector Gramulia orienta que os homens façam consultas médicas preventivas desde os 45 anos de idade se não possuírem histórico familiar e, caso contrário, a partir dos 40 anos. “O diagnóstico precoce e inicial é o principal modificador do prognóstico da doença oncológica”, finaliza o especialista.