Gerente de Joinville demitido após polêmica de Padre Fábio de Melo fala sobre depressão

data 30 de maio de 2025

O fato ocorreu no dia 10 de maio, em uma cafeteria localizada no centro de Joinville, onde Jair exercia a função de gerente

O que deveria ser apenas mais uma tarde comum de trabalho em Joinville acabou se transformando em demissão, depressão e repercussão nacional na vida de Jair José Aguiar. Gerente de uma cafeteria da cidade, ele foi acusado de ter tratado mal o padre Fábio de Melo. No entanto, Jair garante que sequer teve qualquer contato com o religioso. Em entrevista exclusiva ao Tá na Hora SC, nesta quinta-feira (29), ele compartilhou como sua vida mudou drasticamente.

“Me sinto destruído por dentro”, desabafa Jair ao descrever os impactos da situação que enfrentou desde que foi mencionado por Fábio de Melo em uma série de stories nas redes sociais.

O fato ocorreu no dia 10 de maio, em uma cafeteria localizada no centro de Joinville, onde Jair exercia a função de gerente. De acordo com o relato do padre, ele teria sido tratado de forma grosseira durante a visita ao estabelecimento. Pouco tempo depois, a empresa optou por desligar o funcionário.

Jair, no entanto, apresenta uma versão completamente distinta. “Isso é mentira. Em nenhum momento eu falei com ele ou fui desrespeitoso”, afirmou ao SCC SBT.

Ele relata que, no momento em que o religioso esteve na cafeteria com seus acompanhantes, estava envolvido em várias tarefas ao mesmo tempo: atendendo clientes, limpando mesas e organizando o ambiente para o movimento do Dia das Mães. “Quem trabalha com alimentação entende o que é essa correria, a gente mal tem tempo pra respirar”, disse.

Segundo Jair, ele não chegou a ver Fábio de Melo no local e só tomou conhecimento da visita posteriormente, ao receber dos patrões um link com o vídeo postado pelo padre nas redes sociais.

“Foi um choque. Eu não lembrava de tê-lo visto ali — e, de fato, não vi”, contou. No dia seguinte, começou a receber mensagens pelas redes sociais e, pouco depois, foi informado indiretamente sobre sua demissão por meio de um vídeo publicado por outro padre, amigo dos proprietários da cafeteria.

Jair esperava que o padre se manifestasse publicamente em sua defesa, o que não aconteceu. “Achei que ele fosse me defender, que reconhecesse que eu não fiz nada. Mas não. Ele falou da loja, da marca, e eu fiquei esperando ele falar de mim”, lamentou.

A exposição teve consequências sérias. Jair diz ter desenvolvido um quadro de depressão e que está sob acompanhamento médico. “É muito difícil ser acusado por algo que você não fez.” Desde então, passou a receber ameaças online e evita sair de casa sem usar capuz e máscara. “Tem gente dizendo pra eu deixar Joinville e voltar pra minha cidade”, relatou.

O ex-gerente também tentou contato direto com Fábio de Melo. “Enviei uma mensagem educada, pedindo que ele apagasse a publicação e que conversássemos, porque eu nem sabia que ele tinha estado aqui.” Até o momento, segundo Jair, a mensagem não foi visualizada.

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