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Mês a mês, estudo após estudo, as notícias sobre o cenário econômico do Brasil são cada vez mais desanimadoras. O resultado é praticamente sempre o mesmo: o de que caímos mais uma vez nos índices de competitividade. O estudo mais recente sobre o tema, o World Competitiveness Ranking (WCR), elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD) 2024, comprova o que estou falando: o Brasil caiu dois postos e passou a ocupar a 62ª posição no ranking de competitividade global. Ao todo, 65 países foram avaliados.
Analisando os dados mais a fundo, a notícia é mais estarrecedora ainda. Pelo ranking, neste ano ficamos à frente somente de Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela, esse último, inclusive, que há anos vem sofrendo com regime antidemocrático.
Infelizmente, esse é um resultado para o qual venho alertando e prevendo há tempos em diversas manifestações na tribuna da Alesc e nas minhas redes sociais. Gostaria de estar equivocado, mas não tem como ser diferente. Um país que vive uma “ditadura da toga”, fomenta a insegurança jurídica e tem um governo sem visão de gestão e eficiência sufoca diariamente qualquer otimismo ou vontade de investimentos estrangeiros no país. E o cenário nacional vai perdendo e se retraindo, travando contratações e a expansão dos negócios.
E, ao mesmo tempo, temos um governo federal que está sempre apelando com a sua sanha arrecadatória, sobrecarregando o trabalhador e o setor produtivo. Sem poder contar com uma política fiscal justa, o Brasil fica, infelizmente, à mercê das políticas e medidas populistas de uma administração equivocada.
E mais uma vez os dados comprovam os alertas. De acordo com o estudo, o nosso pior desempenho foi no índice que analisa a eficiência governamental, em que amargamos a última posição entre os 65 países avaliados. Ou seja, o governo não faz a sua parte e ainda atrapalha. Sem competitividade, todas as fontes de crescimento e desenvolvimento travam, brasileiros perdem empregos e renda, e os que não perdem o seu ganha-pão veem a inflação subir e o seu poder de compra diminuir. O resultado é um índice negativo no crescimento e desenvolvimento econômico.
Como empresário que atuou mais de quatro décadas na indústria, sei que o planejamento a longo prazo é um dos pilares de uma administração de sucesso. Não existem bons resultados ao acaso, sem visão e responsabilidade com as contas e sem investimentos em áreas prioritárias como inovação, educação, saúde, qualificação profissional, entre outras. Falta ao governo federal competência, seriedade, planejamento e projetos para fazer o Brasil sair da retaguarda da qualidade de vida em relação aos países mais desenvolvidos. Precisamos de um plano de ação urgente ou o resultado mais à frente pode ser ainda pior: o colapso da nossa economia.
Exemplo positivo
Em compensação, os dados sobre a competitividade dos municípios brasileiros comprovam, mais uma vez, que Jaraguá do Sul está no caminho certo. Somos o segundo município mais competitivo de Santa Catarina, perdendo apenas para Florianópolis. E isso é graças a uma visão de desburocratização da máquina pública, transparência, políticas públicas de incentivo ao fortalecimento da economia e gestão séria dos recursos públicos.
O Ranking de Competitividade dos Municípios é realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e elaborado a partir da análise de 65 indicadores.
Por: Antídio Aleixo Lunelli – Deputado estadual.