Fábrica gigante anuncia corte de 9 mil empregos e enfrenta cenário de crise

data 14 de novembro de 2024

O cenário da indústria está marcado por uma queda na demanda em mercados-chave, somada a uma forte concorrência

A Nissan anunciou a decisão de cortar 9.000 postos de trabalho em sua força de trabalho global, como parte de uma série de medidas emergenciais para conter os prejuízos financeiros. Além disso, a montadora japonesa planeja reduzir sua capacidade de produção em 20% e cortar os orçamentos de vendas, após registrar perdas significativas no trimestre encerrado em setembro.

O cenário da indústria automotiva está marcado por uma queda na demanda em mercados-chave, somada a uma forte concorrência, especialmente no mercado de veículos elétricos, onde os fabricantes chineses têm liderado a inovação. A Nissan anunciou um prejuízo de 9 bilhões de ienes (aproximadamente £45 milhões), uma grande queda em comparação com o lucro de 191 bilhões de ienes registrado no mesmo período do ano anterior.

Makoto Uchida, CEO da Nissan, atribuiu as dificuldades ao aumento dos custos operacionais e ao excesso de estoques em concessionárias, especialmente nos Estados Unidos, o que forçou a empresa a oferecer descontos agressivos para tentar reduzir os estoques. Como resposta à crise, Uchida revelou que irá abrir mão de metade de seu salário mensal.

Outro fator que tem afetado os resultados da empresa é o crescimento inesperado da demanda por veículos híbridos elétricos (HEVs), principalmente nos Estados Unidos. “Não previmos que os HEVs crescessem tão rapidamente”, reconheceu Uchida durante uma coletiva de imprensa.

Apesar das dificuldades globais, a fábrica da Nissan em Sunderland, no Reino Unido, que tem capacidade para produzir até 600.000 veículos por ano, não deve ser impactada pelas mudanças, de acordo com fontes internas da empresa. No ano fiscal até março de 2024, a Nissan vendeu 3,4 milhões de veículos, mas projeta alcançar a lucratividade com a venda de 3,5 milhões por ano.

A montadora também mantém suas operações estratégicas no Reino Unido, incluindo um centro técnico em Bedfordshire e um escritório de design em Londres, que seguem funcionando normalmente.

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