Ex-secretário da prefeitura é preso

data 29 de maio de 2024

Ed Pereira, ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte, foi preso nesta quarta-feira (29) por participação em suposto esquema de corrupção em Florianópolis

Pereira e Samantha Brose — Créditos: Lucas Moço/Reprodução/ND

A Operação Presságio entrou em mais uma fase nesta manhã de quarta-feira (29). Agora, o ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira, foi preso por suspeita de corrupção.

Conforme a Polícia Civil de Santa Catarina, ainda há novos mandatos para serem cumpridos ao longo do dia.

Ed é apontado em diversos áudios obtidos no celular de Renê Raul Justino, à época diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, como — supostamente — recebedor de dinheiro público.

Na primeira fase da Operação, deflagrada em 18 de janeiro, foram feitos após os 24 mandados de buscas e apreensões realizados pela Polícia Civil,   análises feitas em celulares, documentos e computadores apreendidos.

A operação investiga crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro que podem ter sido cometidos por Fábio, Ed e Samantha Brose, em parceria com indivíduos do setor privado.

O juiz prorrogou o afastamento de Ed Pereira, Fábio Braga e Samantha Brose de cargos públicos, conforme pedido da Polícia Civil.

Ed Pereira foi preso por corrupção em Florianópolis Ex-secretário de Florianópolis foi preso por suspeita de corrupção – Foto: Nícolas Horácio – ND

Como Ed Pereira teria usado a esposa em esquema?

Segundo a investigação policial, a quebra de sigilo bancário de Samantha revela movimentações financeiras suspeitas.

Apesar de possuir uma renda próxima a um salário mínimo, foram identificados R$ 324.745,17 em transações durante o período sob investigação, iniciado em 2021.

A defesa do casal afirma que Ed Pereira possui fontes de renda totalmente lícitas e argumenta que o caso será esclarecido.

Outro ponto relevante são os 55 depósitos em dinheiro vivo na conta de Samantha, totalizando R$ 90.560,00. Alguns desses depósitos coincidem com saques realizados em Florianópolis pelo advogado Andrey Cavalcante de Carvalho, também alvo da operação.

Polícia acredita que dinheiro beneficiava Ed

As autoridades policiais indicam que os recursos destinados a Samantha, na verdade, beneficiavam seu esposo, Edmilson Pereira, conhecido como Ed Pereira.

As transações no valor de R$ 16 mil realizadas por René Raul Justino, atual Diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, vinculada à Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer liderada por Edmilson, também estão sob minucioso exame, suspeitando-se que possam ter sido encaminhadas para Ed por meio de Samantha.

René, reconhecido por sua proximidade com Edmilson e por atuar como assessor parlamentar, também é objeto de investigação.

Há suspeitas de que Gilliard possa ter atuado como intermediário de um agente político, recebendo possíveis valores de corrupção para repassar a Edmilson Pereira.

O valor da transferência, abaixo do limite de R$ 50 mil que demanda comunicação obrigatória ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), sugere uma possível tentativa de contornar regulamentações devido à origem ilícita dos fundos.

Ed e SamanthaConforme a investigação, Samantha teria recebido repasses significativos, totalizando R$ 14.7 mil do Instituto Bem Possível – Foto: Redes Sociais/Reprodução/ND

Além disso, Gilliard é identificado como remetente de oito transferências para Samantha Brose, totalizando R$ 2.726, reforçando a suspeita de ocultação do fluxo financeiro até Edmilson Pereira, por meio das contas de sua esposa.

A análise temporal entre encontros e depósitos levanta questionamentos sobre a natureza dessas transações, especialmente após o aditamento do contrato em 17 de abril de 2021.

Repasses significativos para Samantha

Esses fatos, segundo a investigação, sugerem possíveis conexões entre os envolvidos, o que culminou na investigação contra Samantha.

Durante a análise policial, também foi descoberto que Samantha recebeu repasses significativos, totalizando R$ 14.7 mil do Instituto Bem Possível, levantando questionamentos sobre a natureza dessas transações.

As tentativas de justificar tais recebimentos incluíram a hipótese de vínculo empregatício.

No entanto, verificações no Ministério do Trabalho e Emprego revelam que Samantha está registrada como recepcionista no Parador 12 na Praia de Jurerê, lançando dúvidas sobre a origem de sua remuneração.

Além das transações com o Instituto Bem Possível, Samantha recebeu transferências de Gilliard e Anderson Martins da Silveira.

Este último, que assina contratos com a organização social, atua como Secretário da Comissão de Seleção da Fundação Municipal de Esportes, sem aparente vínculo comercial conhecido com Samantha.

A Polícia chegou à análise do extrato bancário que revelou seis transferências no total de R$ 16 mil, provenientes de René Raul Justino, assessor próximo de Edmilson Carlos Pereira, mencionados no início da matéria.

Quais os crimes investigados?

A operação investiga crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro supostamente cometidos por Fábio, Ed e Samantha Brose, em parceria com indivíduos do setor privado.A operação investiga crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro supostamente cometidos por Fábio, Ed e Samantha Brose, em parceria com indivíduos do setor privado. – Foto: Valeska Loureiro/ND

  • Crime ambiental de poluição;
  • Fraude à licitação;
  • Corrupção passiva e corrupção ativa;
  • Associação criminosa;
  • Lavagem de dinheiro.

O que é a Operação Presságio

2021 foi o ano em que iniciou a investigação, em virtude de crime ambiental de poluição que estaria ocorrendo pela empresa Amazon Fort em um terreno, adjacente à passarela Nego Quirido.

17 meses foi o tempo que vigorou o contrato entre Amazon e Prefeitura de Florianópolis, sendo que R$ 29 milhões foi o total pago pela à empresa nos 17 meses do contrato.

Foto da Polícia CivilOperação Presságio mirou em corrupção e crimes ambientais em Florianópolis – Foto: Divulgação/PCSC/ND

Com o andamento das investigações, a Polícia Civil encontrou indícios de outras ilegalidades em contratos públicos e repasses de dinheiro, envolvendo empresários, secretários de Florianópolis e servidores públicos, além de empresas e organizações, como a Amazon Fort e o Instituto Bem Possível.

Fonte ND+

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