Estados Unidos anuncia aumento de taxa de 125% para 145% sobre os produtos chineses

data 10 de abril de 2025

As novas barreiras tarifárias aprofundam ainda mais a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo

A Casa Branca esclareceu nesta quinta-feira (10/04) que a tarifa total definida pelos Estados Unidos contra produtos chineses chega a 145%, um valor superior ao anunciado pelo presidente americano Donald Trump na quarta-feira.

Segundo o gabinete de Trump, este valor inclui os 125% impostos como retaliação ao país asiático e outros 20% que já estavam em vigor desde janeiro como medida punitiva para supostamente conter o tráfico de fentanil. 

As novas barreiras tarifárias aprofundam ainda mais a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. 

Na quarta-feira, Trump também decidiu reduzir para 10% as tarifas impostas aos demais países, valor que será aplicado por ao menos 90 dias. 

Segundo ele, “mais de 75 países” teriam convocado representantes dos Estados Unidos “para negociar uma solução” em relação ao tarifaço americano.

Para o Brasil, não deverá haver mudança, porque o país já estava entre os taxados em 10%.

O republicano disse ter esperança de que, “em um futuro próximo, a China perceba que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”.

Reação da China e da UE

O anúncio de Trump é uma retaliação às medidas anunciadas pela China, mais cedo, nesta quarta-feira, em resposta às barreiras tarifárias impostas por Washington. Pequim elevou a taxa de importação de produtos americanos a 84%. A medida chinesa entra em vigor nesta quinta-feira.

Pequim também impôs restrições de importação a 18 empresas americanas, principalmente em setores relacionados à defesa, ampliando a lista de outras 60 companhias já sancionadas na disputa.

O total de taxas sobre produtos chineses importados entrou em vigor na quarta-feira, mesma data em que passaram a valer as tarifas adicionais contra cerca de 60 países e a União Europeia. 

“A escalada das tarifas dos EUA sobre a China é um erro em cima de um erro, que infringe seriamente os direitos e interesses legítimos da China e prejudica seriamente o sistema de comércio multilateral baseado em regras”, disse o Ministério das Finanças da China. O país já havia indicado que pretendia “lutar até o fim” para defender seus direitos comerciais.

Já a União Europeia concordou, na quarta-feira, em avançar com suas próprias tarifas sobre as importações dos EUA em retaliação às taxas previamente anunciadas pelo presidente Donald Trump sobre o aço e o alumínio europeus. É a primeira retaliação do bloco na guerra comercial lançada por Trump. 

As tarifas da UE variarão de 15% a 25%, sobre 21 bilhões de euros (cerca de R$ 133 bilhões) em produtos dos EUA, tendo como alvo produtos e commodities como soja, frutas, motocicletas, produtos de beleza, roupas e fio dental. Elas entrarão em vigor na próxima terça-feira.

“Essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, disse a Comissão Europeia em um comunicado.

A proposta da UE foi discutida como resposta às tarifas impostas por Trump há cerca de um mês sobre importações de aço e alumínio, e não à recente taxa de 20% sobre as exportações da UE que passou a valer nesta quarta-feira.

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