Um sapo foi encontrado com a boca colada e resgatado em Jaraguá do Sul na tarde de terça-feira (20). A equipe utilizou óleo mineral, cotonetes e uma colher para conseguir abrir a boca do anfíbio.
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Segundo o biólogo Christian Raboch, da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), o caso se enquadra como maus-tratos. Este é o segundo incidente desse tipo registrado na cidade este ano.
De acordo com Raboch, uma senhora procurou o órgão ambiental informando que o sapo, com a boca selada, apareceu no quintal dela. Ela levou o animal até a Fujama, onde foi tratado.
“Pegamos o sapo e, com cotonetes e óleo mineral, fomos descolando a boca aos poucos”, explicou Raboch. Sem essa intervenção, o anfíbio poderia ter morrido.
“Foi um processo trabalhoso, pois era necessário aplicar o óleo, esperar a cola amolecer, e o sapo estava sentindo dor e desconforto. Com a ajuda de uma colher, consegui abrir a boca aos poucos, até completá-la”, contou o biólogo.
O procedimento levou cerca de 30 minutos. “A mucosa do animal estava um pouco avermelhada”, afirmou Raboch.
O sapo é uma fêmea da espécie sapo-cururu. “As fêmeas têm uma coloração mais escura, são maiores que os machos, que são menores e mais esverdeados.”
Devido ao estado debilitado do animal, ele ficará sob os cuidados da Fujama por alguns dias até se recuperar e ser devolvido à natureza.
“Ela ficará conosco até conseguir se alimentar e estar pronta para ser reintroduzida em seu habitat”, completou Raboch.
Ele também destacou a importância desses anfíbios no ecossistema: “Os sapos desempenham um papel vital, pois se alimentam principalmente de insetos, mas algumas espécies podem até predar pequenas serpentes ou escorpiões”.
Quanto às medidas legais, Raboch enfatizou: “O sapo é um animal silvestre protegido por lei. Tentarei contatar a senhora que deixou o sapo para registrar um boletim de ocorrência por maus-tratos, que é um crime ambiental”.