Dificuldade de aprendizagem e transtorno de aprendizagem

Entenda a diferença e saiba como identificar.

Os estudos apontam que as dificuldades de aprendizagem podem ser ocasionadas por fatores extrínsecos, de ordem pedagógica ou social, diferentemente dos transtornos de aprendizagem, que estão relacionados a fatores intrínsecos, de ordem neurológica e hereditária.

Dificuldade de aprendizagem:
Podem ser de ordem emocional (perda de um ente querido, separação dos pais…), cultural (ambiente com pouco estímulo para aprendizagens) ou escolar (metodologias, relações transferenciais, mudança de escola…).

Transtorno de aprendizagem:
Podem ser em leitura (dislexia), escrita (disortografia), coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números (disgrafia) ou em matemática (discalculia). Essas inabilidades ainda podem estar associadas.

Dislexia:
A palavra “dis – lexia” vem do grego e significa dificuldade com as palavras. É o nome de um transtorno que se caracteriza pelo comprometimento da capacidade de ler e escrever. O disléxico tem uma maior dificuldade para relacionar corretamente letras e sons, assim como formar ou escrever palavras na ordem ideal das sílabas. A dislexia está associada a uma alteração cromossômica hereditária.

Os principais sinais e sintomas são:
• Trocar letras, quando elas possuem sons parecidos, como: D e T, F e V, B e P;
• Dificuldade em decodificar sons e letras.

Disortografia:
A disortografia é um transtorno de aprendizagem que se manifesta em dificuldades na escrita e na gramática. É uma dificuldade de fixação da regra ortográfica e apresenta a inversão dos grafemas, a omissão das palavras, substituição de sílabas, dificuldade na produção textual, confundir sons, entre outros.
Uma criança com disortografia “não escuta” o som corretamente ou não tem consciência dos sons que compõem uma palavra, mas consegue ouvir e entendê-la como um todo. A disortografia não compromete o traçado ou a grafia.

Alguns sinais são:
• Misturar as letras de forma/caixa alta e as cursivas;
• Possuir grandes dificuldades ortográficas e gramaticais;

Disgrafia:
A disgrafia é um transtorno de aprendizagem e sua característica mais clara é a caligrafia ilegível e de difícil compreensão. Ela pode aparecer de várias formas, como na caligrafia, na ortografia, ao passar as ideias para uma folha ou até em coerências textuais. Apresenta diversos comprometimentos no traçar de letras e números, podendo inclusive acontecer grandes erros de ortografia ou trocar letras e sílabas.
Disgrafia é um transtorno da psicomotricidade que afeta a qualidade da caligrafia. Neste caso, estamos falando da legibilidade da escrita.
O transtorno apresenta forte comorbidade com a dislexia e mais de 40% dos disléxicos são também disgráficos. No entanto, a disgrafia pode aparecer de forma isolada, assim como o caso famoso do empresário Bill Gates, que tem apenas disgrafia. Outra personalidade famosa é a escritora Agatha Christie, dos conhecidos livros cheios de mistério. Ela era tanto disléxica como disgráfica, a tal ponto que tinha uma pessoa só para escrever suas histórias. Ela ditava.

Sinais que podem indicar disgrafia:
• Escrever com letras de forma/caixa alta espelhada;
• Usar indevidamente pronomes e verbos.

Discalculia:
A discalculia é a dificuldade no aprendizado dos números. As crianças apresentam uma certa dificuldade com contagens, sequências e operações básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão).           
A discalculia não prejudica apenas a fase escolar, mas também prejudica o cotidiano, pois temos relações com os números em nosso dia a dia. Ela é um transtorno no neurodesenvolvimento que provoca falta de habilidade para atividades e tarefas relacionadas aos numerais. Trata-se de uma deficiência específica do cérebro que faz com que a ativação seja menos precisa, provocando certa dificuldade para raciocinar, memorizar e aprender sobre matemática.
Na prática, pessoas com discalculia não conseguem associar o número 1 com a palavra “um”, por exemplo.

Os principais sintomas de discalculia são:
• Dificuldade para organizar os problemas matemáticos;
• Não consegue criar estratégias para fazer contas, como contar nos dedos;
• Dificuldade para entender velocidade e distância.

Renata Mengue
Diretora Téc.  Campi Jaraguá do Sul, Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga – SBNPp 18782

Aline Moreland
Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga – SBNPp 18498

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