Uma modelo e influencer digital catarinense fez um desabafo nas redes sociais nesta segunda-feira (14). Ela contou que foi deportada dos Estados Unidos após ser considerada uma ameaça pelos policiais. Francielly Ouriques é natural de São José e reside em Florianópolis, onde mantém 104 mil seguidores no Instagram. Confira o vídeo:
Noticias relacionadas
A situação ocorreu na manhã do dia 10 de abril, no aeroporto de Chicago enquanto ela fazia uma conexão para Coachella, na Califórnia. No vídeo postado por ela, a influencer conta que a abordagem policial ocorreu após pegar as malas e seguir em direção à saída do aeroporto. “Um guarda me abordou, perguntando se eu tinha algo de ilícito dentro das minhas malas. Obviamente eu falei que não. Mesmo assim, ele me mandou para uma sala. Na Polícia Federal, começou as revistas das minhas malas”, detalha.Ela conta que estava levando a mala de um amigo e que estava com uma cartela de um medicamento para dor chamado tramal na bagagem.
“Ele disse que era ilegal. E isso eu não sabia. Se soubesse, jamais estaria na minha bolsa. Depois me deram um termo avisando que iriam inspecionar o meu telefone. Fiquei cinco horas na sala. Alegaram que meu telefone tinha indícios de trabalhos ilegais nos Estados Unidos. E que eu era uma ameaça para o país porque ano passado eu tive a intenção de abrir uma empresa juto com o meu ex-namorado meu, nos Estados Unidos”, conta a influencer.
Consulado inútil
O visto da influenciadora sofreu cancelamento e ela acabou indo para a prisão. “Eu fui pra cadeia e fiquei o restante do dia numa cela de três metros quadrados, com um banco, um colchonete, um lençol e um vaso sanitário. Me deram uma garrafa de água e uma comida de caixa. Estava igual uma bandida, desprotegida. Foi uma humilhação completa, fui na viatura de polícia para o terminal, escoltada por dois policiais. Meu passaporte só foi devolvido em solo brasileiro”, salienta Francielly .
A catarinense conta que chegou a ir ao Consulado Brasileiro quando desembarcou no Brasil, mas que lá disseram que não havia o que pudesse ser feito. “Além de todo o prejuízo financeiro, tive um prejuízo emocional. Sinceramente, eu não quero voltar para aquele país novamente”, completou a modelo.
A advogada especialista em imigração, Thalita Krenk, explicou no depoimento da influenciadora que o processo vivenciado pela influenciadora é comum. Segundo ela, a palavra final é sempre do agente.
“A questão da mala, você reconheceu seu erro. A medicação trata-se de medicamento controlado. Você poderia ter na bolsa se tivesse prescrição médica (de preferência em inglês) com seu nome, medicamento na caixa etc. , e a questão do celular, eles têm autoridade de revistar. Por mais revoltante que seja, é o procedimento normal do país”, explicou ela.