Demissão em massa atinge uma das maiores empresas de aviação do Brasil

data 15 de abril de 2025

A decisão de reduzir o quadro funcional é “dolorosa, mas necessária”, visando garantir a continuidade da missão da empresa, que é conectar cidades do interior aos principais centros urbanos do país

A Voepass Linhas Aéreas confirmou nesta segunda-feira (14) a demissão de uma parcela expressiva de seus colaboradores, incluindo tripulantes, funcionários de aeroportos e equipes administrativas. A informação foi divulgada em carta assinada por José Luiz Felício, cofundador e presidente da companhia, e reflete os impactos da crise enfrentada desde a suspensão de suas operações pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em 11 de março.

Sem informar o número exato de desligamentos, Felício apontou que a medida foi tomada após “avaliar todos os cenários possíveis”, na tentativa de preservar a sustentabilidade da empresa. A Voepass, segundo ele, vem lidando com dificuldades financeiras agravadas pela suspensão das atividades e pela perda de confiança do mercado após um trágico acidente ocorrido em agosto do ano passado, em Vinhedo (SP), que resultou na morte de 62 pessoas.

O acidente motivou uma auditoria da Anac, que identificou falhas operacionais e exigiu da companhia a correção de diversas “não conformidades relacionadas aos sistemas de gestão”. A reativação das operações está condicionada ao cumprimento dessas exigências.

A carta de Felício, enviada aos funcionários, expressa pesar e agradecimento à equipe pelo esforço durante o período de turbulência. Segundo ele, a decisão de reduzir o quadro funcional é “dolorosa, mas necessária”, visando garantir a continuidade da missão da empresa, que é conectar cidades do interior aos principais centros urbanos do país.

Além dos problemas regulatórios, a companhia também enfrenta obstáculos no campo jurídico. Em março, o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu uma decisão que obrigava a Latam Airlines a pagar R$ 34,7 milhões à Voepass. O valor se refere a disputas contratuais relacionadas à compra de capacidade em voos operados pela empresa. A Latam, por sua vez, afirma que é credora, e não devedora, da parceira regional.

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