Quem vê a hoje vereadora, Nina Santin Camello, defendendo seus ideais na tribuna e se mantendo firme em meio a todas as adversidades inerentes ao meio político não imagina que a personalidade forte e o senso de justiça tenham sido forjados graças a uma história de muita superação e desafios que tiveram início ainda na infância. Nascida em São Lourenço do Oeste/SC, a vida não facilitou quando, dentre oito irmãos, foi colocada para adoção. A separação da família biológica veio aos 13 anos de idade e durante muito tempo ela questionou essa decisão. Mas hoje, olhando para trás e vendo a sua mãe biológica ainda lúcida e preocupada com o bem estar do próximo aos 93 anos de idade, percebe que herdou muitas características dela e compreende o que passou tendo que sustentar a família sem o apoio do pai.
“Nossas famílias se conheciam e sempre mantivemos contato. Minha mãe biológica dizia que, se algum dia viesse a faltar, gostaria que um de seus filhos fosse adotado pela minha mãe adotiva e isso acabou acontecendo, seguindo todas as vias legais”, reforça. A família que acolheu a adolescente Nina também adotou outra criança. Sejanes veio com quatro meses de vida da cidade de Passo Fundo/RS e, com o passar do tempo, começou a apresentar dificuldades para andar e falar. Mesmo assim, os pais adotivos assumiram as deficiências, buscando sempre o melhor para ele com muito amor e dedicação.
Hoje com os pais adotivos falecidos, é Nina quem tem essa responsabilidade, sempre impedindo que lhe falte algo. “A partir desse momento, entendi que em nossa vida nada é por acaso. Que se os nossos caminhos se cruzaram, com certeza era porque eu tinha uma missão”, completa.
Reviver essas lembranças, mesmo décadas depois, ainda desperta a sensibilidade de Nina, que em alguns momentos tem dificuldade para conter as emoções. Tudo isso nos faz voltar um pouco na linha do tempo e ver que cada passo dado em sua carreira teve relação direta com suas raízes e a fizeram se tornar uma mulher de referência para Jaraguá do Sul e região. Trabalhou por 23 anos como bancária no antigo Besc, realizando o sonho de ser gerente de negócios, cargo que sempre almejou. Após a sua aposentadoria, decidiu dedicar seu tempo às pessoas.
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“Foram 14 anos de voluntariado na Rede Feminina de Combate ao Câncer e, para mim, essa foi a maior faculdade que tive na vida”, destaca e complementa: “lá, nós aprendemos a nos colocar no lugar do outro. A acolher, ouvir e, acima de tudo, a sentir a dor do outro. Aprendi a reclamar menos e ver que muitas vezes o nosso problema é pequeno perto do que as pessoas enfrentam ao passar por essa doença” reflete. A experiência a fortaleceu ainda mais. Assim como o período em que esteve à frente da secretaria de assistência social do município e pode conhecer uma realidade de Jaraguá do Sul que muitas vezes fica escondida e distante dos noticiários.
A política, para a qual tem se dedicado há quase quatro anos, vem do aprendizado do seu pai adotivo, que foi prefeito de sua cidade natal. Como a mesma diz, “a política já está na veia”, pois aprendeu com o pai que era possível fazer a diferença na vida das pessoas. E a destacada atuação frente à Rede inevitavelmente despertou a atenção de alguns partidos, que já naquela época sondavam seu nome para uma possível candidatura ao Legislativo. “Num primeiro momento declinei. Não me sentia preparada e muitas vezes nós, mulheres, somos usadas somente para cumprir cota e puxar votos para as pessoas que de fato eles querem eleger. Não me senti confortável nessa posição”, explica.
Anos depois, em 2020, após a experiência no Executivo e um entendimento maior de como a máquina pública funciona, apostou e venceu o pleito, tendo como um dos principais feitos ao longo do mandato a contribuição para a implantação da Procuradoria da Mulher no Legislativo, em 2021. O órgão tem como objetivo informar, acolher e orientar mulheres vítimas de violência doméstica. Trabalho fundamental em virtude do alto índice de incidência em nosso município, realidade que muitas vezes não é divulgada. “Defendo que direitos não se negociam e essas mulheres, extremamente fragilizadas devido às situações às quais foram expostas, muitas vezes não sabem a quem recorrer no momento de angústia”, reflete. Desse modo, a procuradoria funciona como um elo de ligação entre a vítima e toda uma rede de apoio.
E é por elas, mas também pelos idosos, crianças e pessoas com deficiência, que Nina não descarta a ideia de seguir nesse meio. “Após um longo e valioso período no PP, uma nova jornada se inicia com o convite do PL. Este convite, que partiu do pré-candidato a prefeito de Jaraguá do Sul, Edson Junkes e do governador, juntamente com a vice-governadora, representa uma oportunidade de crescimento e contribuição. Acredito firmemente na força das pessoas que compõe o PL e na diferença significativa que faremos em nosso município”, reflete. Além disso, o PL apresentou um projeto de governo que busca valorizar as pessoas e a cidade a longo prazo. “Acreditamos que, ao priorizar as pessoas e o futuro de nossa cidade, podemos construir uma Jaraguá do Sul que seja próspera e inclusiva para todos. Juntos, podemos transformar Jaraguá do Sul em um lugar ainda melhor”.
Casada com Adelir Francisco Camello (Nini) há 39 anos e mãe da Kelly Raquel Camello, Nina afirma ainda que a família sempre tem a apoiado em suas decisões. “A família é a âncora que nos mantém firmes, mesmo quando as águas da vida estão agitadas”, diz.
De Maria Santin Camello, seu nome de batismo, para a agora oficialmente Nina Santin Camello. Mudança que vai além do registro em documentos, mas que define a pessoa que ela de fato se transformou.