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A recente venda de vastas áreas pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), incluindo Faxinal do Céu, em Pinhão, e uma importante porção da Vila Copel, em Reserva do Iguaçu, representa um marco para o desenvolvimento do interior do Paraná. O anúncio da consolidação do negócio, ocorrido no mês de outubro, apresentou ao mercado não apenas sua relevância econômica, como as potenciais transformações que ele promete trazer para as comunidades envolvidas. Como alguém que teve a honra de participar da articulação desse grande empreendimento, posso afirmar com convicção que os benefícios serão significativos e duradouros.
Desde sua fundação, na década de 1950, a Copel gerencia um dos maiores sistemas de geração e distribuição de energia elétrica do país, com usinas hidrelétricas de grande porte e uma vasta rede de transmissão que alimenta milhões de residências, empresas e indústrias. Faxinal do Céu, em Pinhão, junto ao centro-sul do Estado, faz parte dessa história de expansão energética, com a construção da Usina Hidrelétrica de Foz do Areia, que por décadas foi uma força motriz para a economia local.
Entretanto, com o término da obra, ao final dos anos 1990, a dinâmica mudou drasticamente. A saída de cerca de sete mil funcionários da Copel e seus familiares esvaziou a região, transformando-a em um lugar de casas abandonadas e comércios fechados. A economia sofreu e o desemprego aumentou, criando uma necessidade urgente de reverter esse cenário. Uma tentativa de reavivar a área veio por meio do governo estadual, com a criação do Centro de Capacitação do Faxinal do Céu (CCFC), que oferecia cursos e treinamentos para profissionais da rede pública de ensino. Essa iniciativa, embora temporária, trouxe fôlego para a região até 2011, criando empregos e mantendo algum nível de atividade econômica. Contudo, na última década o espaço se manteve inativo, com as estruturas em cenário de abandono.
Informações iniciais indicam que o grupo comprador planeja desenvolver um resort na área, o que pode transformá-la em um destino de turismo de luxo no interior do Paraná. Com mais de 4,5 milhões de metros quadrados de área, Faxinal do Céu é um verdadeiro tesouro natural. O local abrigava, entre outras coisas, um aeroporto e um jardim botânico com espécies adaptadas ao clima frio. Essa combinação de infraestrutura e beleza natural faz da localidade um ponto de enorme potencial turístico. O fato de a área já estar licenciada para ocupação imediata significa que os investimentos podem começar a acontecer rapidamente, o que impulsionará a economia e irá gerar empregos em um setor que tem tudo para crescer.
A altitude e o clima ameno tornam o local especialmente propício ao turismo de inverno e ao ecoturismo, com oportunidades para trilhas, esportes de aventura e hospedagens de alto padrão. O jardim botânico, que já é um ponto de interesse, pode se transformar em um centro de estudos ambientais, agregando ainda mais valor ao turismo sustentável. Além disso, a presença de um aeroporto facilitará o acesso de turistas e investidores de outras partes do Brasil, tornando a região um ponto estratégico no mapa do turismo paranaense.
Em Reserva do Iguaçu, a venda de parte da Vila Copel traz perspectivas igualmente positivas. A região, que serviu como base para os trabalhadores da Usina Ney Braga por mais de 30 anos, está prestes a passar por uma revigorante modernização. No negócio, também foram englobadas áreas da Copel em Salto Caxias, entre as cidades de Capitão Leônidas Marques e Nova Prata do Iguaçu, e na Parigot de Souza, em Antonina, além de uma área verde chamada Santo Antonio, em Curitiba.
Os impactos econômicos desse negócio, cuja transação chegou à casa dos centenas de milhares, são mais do que evidentes. Enquanto para a Copel a venda se tratou de um movimento estratégico para otimizar recursos e concentrar seus esforços em áreas prioritárias, para as comunidades envolvidas, por sua vez, representa uma oportunidade ímpar de desenvolvimento. Além de movimentar a economia regional com investimentos e novos empreendimentos, oportunidades de emprego serão criadas e setores como o turismo, o comércio e os serviços serão impulsionados.
Participar dessa articulação foi uma das experiências mais gratificantes da minha carreira. Saber que essa transação não apenas movimenta a economia, mas também tem o poder de transformar a vida das pessoas que residem nessas áreas é algo que me traz um enorme orgulho. Vejo um futuro promissor para Pinhão, Reserva do Iguaçu e para as outras localidades envolvidas, e tenho certeza de que as comunidades saberão aproveitar essa oportunidade para construir um novo capítulo de crescimento e prosperidade. Não foi apenas um movimento empresarial estratégico, foi um grande impulso para o desenvolvimento local e regional. O potencial turístico, econômico e social das áreas envolvidas é imenso e estou confiante de que esse projeto trará benefícios duradouros a todos os envolvidos.