Como será o mercado imobiliário daqui a 10 anos?

Antecipando tendências e desafios.

A forma como nos conectamos e nos relacionamos com o mundo está passando por uma transformação sem precedentes. No mercado imobiliário, o cenário não foge à regra, com a revolução tecnológica redefinindo diariamente a maneira como encontramos e negociamos imóveis. Investir em inovação há muito deixou de ser opcional. E mais do que simplesmente seguir tendências, o setor tem apresentado soluções adaptadas a demandas específicas, com ferramentas cada vez mais personalizadas para atender de modo eficaz às necessidades dos clientes.
Desde plataformas inteligentes que facilitam a busca pelo lar dos sonhos até tours virtuais por imóveis em diferentes localidades, as novas tecnologias estão simplificando e agilizando processos. É bom enxergar que essas novidades, embora por vezes impactem a nossa “zona de conforto”, estão transformando o mercado imobiliário para melhor. Essas soluções criativas são diferenciais que vem para mudar antigos conceitos e tornar as transações mais claras, próximas e seguras, num movimento muito positivo que vem desencorajando as pessoas a tentarem vender ou comprar imóveis sem a ajuda de profissionais.
Por sua vez, quem se propõe a acompanhar este cenário tem de se esforçar para mostrar que está fazendo um bom trabalho. Confiança, transparência e assertividade são critérios que se tornaram mais obrigatórios do que nunca. Na medida em que se permite aos clientes entenderem melhor o valor do serviço, eles não mais tentam negociar nada sozinhos. Em cadência com o uso de ferramentas tecnológicas, estar atento ao que as pessoas desejam, antecipando-se para entregar os melhores projetos e oportunidades de investimento, é de fato a chave para se manter relevante. Por isso, lembrando que o mercado imobiliário segue um ciclo longo, no qual desde a compra de um terreno até a entrega das chaves pode levar anos, manter-se preso hoje a uma abordagem mais tradicional é assumir perdas cada vez maiores.
E já parou para pensar como será o morar nos próximos 10 anos? Quais tendências vão se consolidar e como o setor pode se antecipar para o futuro? Tenho acompanhado os grandes movimentos do mercado imobiliário e do urbanismo e acredito que já é possível prever algumas dessas respostas. Desde 2019, o setor imobiliário experimentou um crescimento notável, quase dobrando de tamanho. Essa tendência de expansão parece promissora dentro da próxima década, com destaque para o segmento mais econômico e de produtos voltados para a classe média.
Os empreendimentos de alto e altíssimo padrão continuarão a ter seu espaço, é claro, mas são esperadas adequações em relação ao que era no passado. Uma das mudanças mais significativas previstas é a redução da área média dos imóveis, influenciada pela queda na taxa de natalidade e pelo aumento do número de famílias pequenas ou compostas por apenas um indivíduo. Como resultado, o público single ganhará ainda mais relevância. Além disso, com a crescente popularidade do trabalho remoto, as pessoas buscarão imóveis que ofereçam espaços flexíveis e multifuncionais. Ambientes que possam ser facilmente adaptados para diferentes usos, com áreas de lazer e espaços de convivência, serão altamente valorizados pelos compradores.
A flexibilidade deve se tornar uma palavra-chave para o caso de locação de imóveis, com novos modelos de contratos surgindo para atender às demandas de um público com estilo de vida cada vez mais dinâmico. Além das modalidades de locação por curta e longa temporada, já frequentes em vista do evidenciado perfil dos clientes “nômades digitais”, surge a tendência dos imóveis “por assinatura”, que oferecem total flexibilidade de ocupação de acordo com as necessidades do morador, em uma proposta similar aos serviços de assinatura de veículos. É certo que, nesse contexto, a qualidade de vida ganhará destaque como um critério essencial para a escolha do imóvel, levando os consumidores a quererem empreendimentos que ofereçam infraestrutura completa de lazer, áreas verdes, espaços de convivência e serviços compartilhados, com foco no bem-estar e no senso de comunidade entre os residentes.
Aliás, a distribuição mais equilibrada de áreas de lazer, trabalho e residência dentro das cidades também se coloca como uma meta para a melhora da qualidade de vida da população em geral. A questão da mobilidade urbana dentro dessa perspectiva ganha ainda mais relevância na definição de uma moradia. Uma tendência, especialmente nos grandes centros, é de valorização de imóveis mais próximos a sistemas de transporte público, ciclovias e com fácil acesso a serviços essenciais, em detrimento à dependência dos meios de transporte individuais. O adensamento residencial possivelmente acompanhará a expansão das linhas de metrô nas metrópoles, contribuindo para uma melhor distribuição urbana. Para enfrentar essas transformações, as cidades precisam manter políticas urbanas voltadas a reduzir os deslocamentos e promover o uso de transportes públicos de forma eficiente e acessível.
Também deverá ser cada vez mais frequente um novo cenário de cidades formadas por bairros inteligentes e sustentáveis, com preocupação relacionada à eficiência energética e priorizando espaços que atendam às necessidades e valores de consumidores conscientes e digitalmente conectados. A sustentabilidade nos empreendimentos se tornará imprescindível especialmente para os residentes em apartamentos, que tendem a experimentar as mudanças de forma mais rápida e intensa do que os moradores de casas. Esse movimento é impulsionado não apenas pelo avanço tecnológico, mas pela crescente regulamentação dos governos. A tendência é que os edifícios adotem práticas mais ecologicamente sustentáveis por imposição, como tratamento e coleta seletiva de lixo, utilização de energias limpas, reuso de água, redução de emissões de carbono e processos de reciclagem, entre outras medidas. É também provável que a população mais rica perceba essas mudanças antes dos menos privilegiados.
Possivelmente, presenciaremos com maior normalidade inclusive transformações nas técnicas construtivas, como a substituição de materiais tradicionais por alternativas mais sustentáveis, como o wood frame e o aumento da construção industrial em resposta à escassez de mão de obra. No entanto, a mudança mais significativa será mesmo vista no interior dos imóveis. O avanço da internet e da inteligência artificial provocará uma revolução no modo como as pessoas habitam. Com o aprimoramento da conectividade, a “internet das coisas” se tornará algo básico, trazendo a integração da tecnologia para o cotidiano das residências. Os equipamentos smart e outros dispositivos inteligentes serão uma realidade comum, acessível a todos. Os futuros moradores exigirão residências equipadas com tecnologia inteligente, incluindo sistemas de segurança, iluminação automatizada, controle de temperatura e assistentes virtuais. Esses recursos proporcionarão um ambiente mais confortável, seguro e conveniente. A integração do lar à internet será completa, com aplicativos e algoritmos baseados em inteligência artificial, simplificando tarefas diárias.
As alterações de comportamento e hábitos de consumo absorvidas de maneira abrupta no período da pandemia se manterão parte integrante de nossa rotina. Serviços de entrega, espaços de trabalho remoto, comércio eletrônico, transporte por aplicativo e tecnologia de drones continuarão a evoluir nos próximos 10 anos. É previsto que as máquinas se tornem cada vez melhores em compreender as necessidades das pessoas no sentido de poderem contribuir para uma vida mais conveniente e confortável. Em resumo, o estilo de vida nos próximos 10 anos deverá ser marcado por uma crescente demanda por tecnologia, sustentabilidade, flexibilidade e qualidade de vida. Tudo caminha para isso. Abraçar a tecnologia como uma aliada e não como adversária é a forma ideal de se aproveitar um mundo de oportunidades e transformações positivas para o setor imobiliário. Conte com nossa expertise e inteligência de mercado para antecipar os melhores resultados.

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