A Polícia Civil de Minas Gerais apresentou a conclusão do inquérito de investigação da morte da mineira Jéssica Canedo, de 22 anos, que tirou a própria vida após ter sido alvo de uma fake news de que teria um romance com o youtuber Whindersson Nunes e recebido uma onda de ataques nas redes sociais — inflamada por perfis de fofoca como a Garotx do Blog, até então agenciada pela Banca Digital, parceira da agência Mynd8, e também da Choquei.
Noticias relacionadas
Segundo a apuração, a própria Jéssica criou o print de uma conversa falsa com Nunes e mandou para os perfis de “entretenimento”. O caso aconteceu no final do ano passado.
A jovem estudante morreu em Araguari, no Triângulo Mineiro, no dia 22 de dezembro de 2023. “Durante as investigações foi apurado e concluído que todas as fofocas veiculadas pelas páginas foram criadas e divulgadas pela própria jovem.
Ela fez toda a montagem e divulgou para as páginas de notícias sobre o seu relacionamento com o humorista”, declarou o delegado Felipe Oliveira Monteiro, da Delegacia de Homicídios da 4ª DRPC/Araguari em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, 6.
Os investigadores encontraram indícios de que Jéssica criou três perfis falsos para entrar em contato com as páginas, se passando por terceiros, alegando ter um “furo” — jargão de jornalismo para notícia em primeira mão — e mandava prints de supostas conversas entre ela e Whindersson Nunes. As páginas mostraram as conversas trocadas com a jovem, que primeiramente confirmou que estava conversando com o humorista, mas que o conteúdo estaria sendo distorcido nas redes sociais — depois, ela negou as informações.
Na época, Jéssica sofreu ataques na internet e publicou um desabafo para que cessassem os comentários de ódio. Whindersson também negou os boatos. Depois de mais ataques e deboches, Jéssica, que já sofria de depressão segundo a família, tirou a própria vida.
De acordo com a polícia, as páginas de fofoca, incluindo Choquei e Garotx do Blog, não serão indiciadas porque disseminar fake news ainda não é crime no Brasil.