Na sessão de terça-feira, a Câmara Municipal de Jaraguá do Sul recebeu alunos do curso de Medicina da faculdade Idomed Estácio para assistirem os trabalhos legislativos. Os acadêmicos fazem parte do projeto de extensão “Renovando Vidas: fortalecendo a doação de órgãos sob a Lei Tatiane”, que visa conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.
O programa Pré-sessão entrevistou o coordenador do curso e do projeto, o professor Gustavo Noal, para falar sobre a iniciativa. Noal lidera 14 acadêmicos no “Renovando Vidas” ao lado da professora Rosana Mara da Silva. Durante a entrevista, ele destacou a complexidade do processo de doação, que envolve diversas etapas, desde a identificação do doador até a distribuição dos órgãos. O docente também explicou o papel central do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e das Centrais Estaduais no gerenciamento e controle dessas etapas, que são regulamentadas por leis federais.
Noal abordou a recente Lei 14.722/2023, conhecida como “Lei Tatiane”. A legislação tem como objetivo criar a Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos, promovendo a educação e conscientização da população, especialmente entre jovens em idade escolar. O coordenador ressaltou que, apesar de o Brasil ter o maior programa público de doação de órgãos do mundo, ainda há necessidade de ampliar a conscientização, especialmente entre os jovens.
O projeto coordenado por Noal busca fornecer à comunidade escolar e universitária de Jaraguá do Sul maior conhecimento sobre o processo de doação de órgãos por meio de palestras, aulas e oficinas educativas. O objetivo é promover a cultura da doação e incentivar que os cidadãos declarem seu desejo de serem doadores, ajudando a salvar vidas.
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O projeto tem como público-alvo as escolas estaduais de Jaraguá do Sul. A metodologia inclui palestras, materiais informativos digitais e atividades práticas, como oficinas e dinâmicas de grupo, buscando desmistificar o tema e fornecer informações claras sobre as etapas da doação.
Durante as atividades e nos materiais são expostos dados comprobatórios acerca da necessidade de se efetivar cada vez mais doações, quais órgãos podem ser doados, seja em vida e/ou em morte, e ratificada a necessidade de as pessoas interessadas em doar órgãos de conversar com familiares sobre o desejo de se tornar doador ainda em vida, para que esse propósito seja seguido e respeitado em caso de morte.
Nas palavras de Gustavo, a doação de órgãos foi por muito tempo estigmatizada por receio de várias coisas. “E o nosso objetivo é explicar para as pessoas, principalmente para os alunos e crianças, a importância da doação. Porque a doação de órgãos, às vezes, é o único tratamento possível para uma pessoa. O paciente só é submetido ao transplante quando todas as outras possibilidades, como terapias e medicação, já não resolvem mais”, enfatizou.