Depois de uma mulher levar um bebê reborn, como são chamados os bonecos ultrarealistas que imitam recém-nascidos, ao posto de saúde sob argumento de que o inanimado estava com “febre”, o deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL), de Minas Gerais, apresentou projeto para proibir tentativas de atendimento hospitalar das simulações.
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O texto da proposta prevê multa de até dez vezes o valor do serviço prestado pela rede hospitalar em caso de descumprimento. Para o parlamentar, há risco, por exemplo, de alguém em estado grave deixar de ser atendido enquanto equipes médicas sejam enganadas por “pais” de objetos de plástico. O deputado publicou vídeo em suas redes sociais para comentar a proposta. Na gravação, há simulação de uma mulher solicitando projeto de lei para criar certidão de nascimento.
“É alarmante ver o quanto as pessoas se sentem solitárias e desconectadas, buscando a fuga da realidade e tentando suprir seus vazios com esse tipo de brinquedo de madame. Eu valorizo os artistas que são capazes de criar e produzir algo tão realista como o bebê reborn, mas quando isso se transforma em uma fuga emocional, criando uma realidade paralela que sobrecarrega os nossos serviços públicos, alguém precisa dar um basta”, disse Caporezzo.
Diante da nova onda, um advogado publicou em suas redes sociais que ter bebê reborn não dá direito aos pedidos de pensão alimentícia ou previdenciária. Já a advogada Fernanda Sanchez gravou um vídeo depois de ser questionada por uma seguidora se poderia solicitar dinheiro mensal do ex-marido diante dos altos custos para manter o suposto filho. “Criança é criança, pet é pet. Você pode não aceitar, mas bebê reborn é uma boneca”, disse a especialista.
O assunto sobre esse tipo de simulacro para adultos ganhou repercussão nacional depois de vereadores do Rio de Janeiro aprovarem o “Dia da Cegonha Reborn”, pouco antes do Dia das Mães. No Rio, o deputado estadual Rodrigo Amorim (União) apresentou proposta para criar programa de saúde mental para os que demonstram vínculo paterno ou materno com os bonecos. Caso aprovado, os atendimentos poderão ocorrer em todo território fluminense. Mas a depender da situação, a proposta poderá ser replicada em diversos estados brasileiros.
FONTE: VEJA
