Atrevida? Saiba quem é a policial militar advertida após publicar vídeo lavando viatura

data 10 de abril de 2025

Segundo a corporação, ela utilizou a farda e instalações da PM para fins de promoção pessoal

A policial militar Mayara Kelly Mota, de 30 anos, ganhou visibilidade não apenas pelo uniforme que veste, mas pela forma como compartilha sua vida. Com mais de 43 mil seguidores no Instagram, ela se tornou referência para quem sonha seguir carreira na polícia – especialmente mulheres.

Mas o que para muitos parecia inspiração, para a Polícia Militar do Ceará foi considerado uma infração disciplinar. Mayara recebeu uma sanção de dois dias de permanência no quartel após publicar vídeos em que aparece lavando uma viatura e demonstrando o uso de um torniquete. Segundo a corporação, ela infringiu o Código Disciplinar ao utilizar a farda e instalações da PM para fins de promoção pessoal.

A decisão gerou repercussão imediata entre colegas de farda, seguidores e defensores da agente. A defesa de Mayara já entrou com recurso para tentar anular a punição, alegando tratamento desigual. “Outros policiais fazem o mesmo tipo de conteúdo e não são punidos. É uma quebra clara de isonomia”, afirma o advogado Francisco Sabino, da Associação das Praças Militares do Estado do Ceará (Aspra).

Mayara, que entrou na PM em 2017, divide os holofotes da internet com o marido, também policial, e os dois filhos, Lorenzo, de seis anos, e Maísa, de apenas dez meses. Seus vídeos costumam trazer frases motivacionais, registros de treinamentos com armas, novos fardamentos e bastidores do trabalho em patrulhas.

Em uma das postagens que gerou sanção, a agente aparece lavando uma viatura e comentando sobre o papel das mulheres dentro da corporação:
“Algumas pessoas acham que a mulher na polícia só trabalha no administrativo. Mal sabem eles que exercemos inúmeras funções que até uns anos atrás seriam consideradas só para homens.”

Para a PM, no entanto, a gravação violou normas de conduta previstas no Código Disciplinar. A decisão da corporação cita trechos que proíbem a promoção pessoal com o uso da farda, a divulgação de material administrativo e a necessidade de discrição por parte dos agentes.

Agora, o recurso aguarda análise do comandante da corporação, que tem até dez dias para manter ou anular a punição. Caso a sanção seja confirmada, Mayara terá que passar dois dias reclusa no quartel – afastada do convívio com os filhos e o marido.

Embora esteja orientada a não se pronunciar oficialmente sobre o caso, Mayara agradeceu em suas redes sociais o apoio que tem recebido. “Gratidão por cada mensagem”, escreveu, sem citar diretamente o processo disciplinar.

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