Árvores com flores tóxicas para abelhas nativas serão substituídas

data 11 de abril de 2025

Fujama está mapeando os locais onde se encontram a planta da espécie Espatódea. Donos do imóvel terão 60 dias para fazer o corte.

A Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama) iniciou ação visando identificar e determinar o corte e a substituição de árvores da espécie Spathodea campanulata, conhecida, como Espatódea, Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixi-de-Macaco ou Chama-da-Floresta.
Mesmo considerada muito bonita e exuberante, a espécie não é natural do Brasil, sendo originária do continente africano. Suas flores possuem substâncias tóxicas que causam a morte de diversos insetos, principalmente de abelhas nativas sem ferrão. “As abelhas são insetos fundamentais para garantir a polinização, a conservação de nossas florestas e o adequado desenvolvimento das mais variadas culturas agrícolas existentes no município”, explicou o biólogo da Fujama, Gilberto Ademar Duwe.
De acordo com essas informações e seguindo os passos de outros municípios e do Estado de Santa Catarina, que já possuía a Lei nº 17.694/2019, o Legislativo municipal aprovou a Lei nº 9.398/2023, que proíbe a produção de mudas e o plantio, e determina o corte das espatódeas existentes dentro do território de Jaraguá do Sul.

Desta forma, em cumprimento à Lei Municipal, a Fujama iniciou um trabalho no sentido de identificar os locais em que se encontram a espécie a fim de notificar os proprietários do imóvel para que, em um prazo de 60 dias, providenciem o corte da árvore. A fundação informa ainda que, caso haja interesse do proprietário do imóvel, também providenciará substituição da espatódea cortada por uma muda de árvore nativa de 1,5 metro de altura, a ser disponibilizada pela própria Fujama.
É importante esclarecer que a determinação de remoção das espatódeas decorre da Lei e, caso a notificação não seja atendida no prazo assinalado, o notificado estará sujeito a autuação ambiental por infração ao disposto no artigo 80 do Decreto Federal nº 6.514/2008.
“A introdução de espécies originárias de outras localidades e outros países pode parecer algo simples e inofensivo. Entretanto, em muitos casos ocasiona impactos ambientais irreversíveis, como se observa que vem ocorrendo com as árvores de espatódeas”, explicou Duwe. “Por trás de sua exuberância está escondido o agressivo impacto para as indefesas abelhas-sem-ferrão. Lá no continente africano, provavelmente os insetos polinizadores estão adaptados às flores desta árvore, mas aqui no Brasil não estão”, diz. Por isso, acrescenta Duwe, “para não ocorrerem danos maiores ao ecossistema local, é fundamental a remoção e substituição das espatódeas em toda a região”.
Para mais informações, os munícipes também podem entrar em contato com a Fujama pelo telefone (47) 3273-8008. O horário de funcionamento da entidade é de segunda a sexta-feira, das oito às 11h30 e das 13 às 16h30.

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