Artistas plásticos Canfield e Gianella Riephoff surpreendem Jaraguá do Sul com exposição de obras de intervenção mútua

data 2 de julho de 2024

Realizado na noite da sexta-feira (28), um vernissage reuniu amigos, familiares e convidados dos artistas no charmoso espaço Bendito Casarão, em evento cuidadosamente decorado pela empresa Bendita Feitura

Grande público prestigiou a exposição “Paradoxum”, de autoria dos artistas plásticos catarinenses Canfield e Gianella Riephoff, durante o fim de semana em Jaraguá do Sul. A mostra revelou o resultado de uma inovadora troca estabelecida entre a dupla, que culminou na criação de 13 trabalhos de mútua interferência artística. Cada obra trouxe a fusão das pinceladas aplicadas por ambos dentro da mesma tela, criando uma harmoniosa mistura de estilos e técnicas. A maioria das peças já estava vendida antes mesmo do lançamento, demonstrando o grande interesse e a valorização da arte desenvolvida pela proposta. 

Realizado na noite da sexta-feira (28), um vernissage reuniu amigos, familiares e convidados dos artistas no charmoso espaço Bendito Casarão, em evento cuidadosamente decorado pela empresa Bendita Feitura. Também no sábado (29), as obras ficaram à disposição do público para apreciação no local, com entrada gratuita.

O projeto teve início em junho de 2023, com Gianella em seu estúdio em Palhoça e Canfield em Jaraguá do Sul, cada um iniciando uma tela para o outro finalizar. A colaboração trouxe à tona o contraste entre a preferência de Gianella por cores vibrantes e a inclinação de Canfield pelo uso do preto e branco, exigindo de ambos a superação de barreiras pessoais e profissionais. Com humor, Canfield descreveu o processo como um ciclo de intervenções ousadas, onde ambos os artistas “estragavam” as obras um do outro, apenas para descobrir que as intervenções resultavam em algo cada vez mais surpreendente e inovador. As obras enquadraram temas humanos subjetivos e sensíveis, como ego, razão, consciência e luto, entre outros, proporcionando uma abordagem emocional e bastante reflexiva.

Canfield destaca que o maior triunfo neste processo de criação a quatro mãos foi uma tela gigante ocupando dimensões de quase 10 metros quadrados. Segundo ele, a palavra grega “Paradoxum” foi escolhida para representar todo o paradoxo de se unirem dois processos criativos tão distintos. “Na ciência, se mostra conhecimento. Na arte, se mostra emoção. Paradoxum quer dizer paradoxo e aqui se apresentam dois. Não é só o paradoxo da matéria, que são os dois corpos ocupando o mesmo lugar. Aqui temos também o paradoxo dos sentimentos, das emoções do artista”, explicou.

Para Gianella, o projeto desafiou habilidades e representou um significativo crescimento pessoal e artístico, para muito além do intercâmbio de técnicas e estilos. Ela enfatizou que o sucesso do desafio esteve em sair da própria zona de conforto e se entregar à arte de uma forma inédita, destacando que o processo trouxe à tona um novo nível de expressividade. Em seu discurso no lançamento, a artista mencionou que, embora já tivesse participado de diversas exposições, nenhuma foi tão reveladora e expressou o quanto desejava que cada visitante pudesse apreciar a complexidade do trabalho, tornando-se também parte do paradoxo criativo celebrado. 

“Nos caminhos que sempre percorri, conheci pessoas que me concederam ensinamentos e me proporcionaram o prazer das experiências. Espero que todos vocês possam entrar em cada pincelada, em cada tela exposta, e de alguma forma, vivenciar nosso paradoxo”, expôs ao público, emocionada.

Sobre Canfield

Natural da cidade de Paranaguá/PR, Sérgio Canfield é um profissional multifacetado, sendo médico e artista plástico. Sua paixão pela arte surgiu na adolescência e se mantém até hoje como uma válvula de escape às pressões do exercício da medicina. Canfield encontrou na arte uma maneira de canalizar o estresse cotidiano, transformando pensamentos em formas visuais. Inspirado pelo comportamento humano, seu trabalho é marcado por uma busca constante de expressão, onde o erro se transforma em uma oportunidade criativa, proporcionando-lhe um equilíbrio único entre as duas paixões profissionais. Desde o início da década de 1980, ele se dedica à arte de forma autodidata, criando telas, não-objetos, esculturas, instalações, fotoartes, vídeos e outras manifestações. Com um currículo repleto de prêmios, já participou de várias exposições coletivas e apresentou nove mostras individuais, contando com cerca de cinco mil peças em seu acervo particular.

Sobre Gianella Riephoff

Nascida na capital do Uruguai, Montevidéu, Gianella Cecilia Spagnuolo Riephoff mora atualmente em Palhoça, no litoral catarinense. Formada em Publicidade Gráfica pela Escuela de Artes e Artesanias Dr. Pedro Figari, sempre teve uma paixão profunda pela arte. Desde jovem, dedicou-se a cursos que envolviam expressão artística, artes com sucata, pintura a óleo e figura humana, explorando diferentes materiais e técnicas, como argila, colagem e escultura em madeira. Com o tempo, desenvolveu uma forte ligação com a tinta acrílica e a tinta a óleo, o que lhe permitiu criar obras vibrantes e dinâmicas, destacando-se por sua espontaneidade e uso audacioso de cores. Com mais de 200 quadros produzidos e inúmeras exposições realizadas, seu trabalho é descrito como abstrato figurativo, com uma habilidade única para prender a atenção dos observadores, convidando-os a descobrir minimundos dentro de suas telas. Sempre inspirada pelos “panaderos” ou “dentes-de-leão”, flor símbolo de sua infância, ela segue criando obras e explorando novas possibilidades artísticas que refletem sua personalidade forte e seu amor pela arte.

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